A candeia e o alqueire – Ivando Ramos 5/5 (1)

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Contribuição de Ivando Ramos

A Candeia e o Alqueire

“Não são os que gozam saúde que precisam de médico”

Jesus.(Mt.,9:12.)

Jesus se acercava,principalmente, dos pobres e dos deserdados,porque são os que mais necessitam de consolações;dos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem se lhes dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar.

Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que em toda parte penetrasse a voz dos Espíritos,a fim de que cada um pudesse obter a prova da imortalidade.

Essas palavras,como tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe. Há quem se admire de que,por vezes,a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece,dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo aos de maior merecimento.

Digamos,antes de tudo, que a mediunidade é uma resposta celular do organismo, disposição,de que qualquer homem pode ser dotado,como da de ver,de ouvir, de falar.

Ora, nenhuma há de que o homem,por efeito do seu livre-arbítrio,não possa abusar,e se Deus não houvesse concedido,por exemplo,a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más,maior seria o número dos mudos do que o dos que falam.

Com esse objetivo é que os Espíritos se manifestam hoje em todos os pontos da Terra e a mediunidade se revela em pessoas de todas as idades e de todas as condições,nos homens como nas mulheres,nas crianças como nos velhos.É um dos sinais de que chegaram os tempos preditos.

Como intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos,têm os médiuns de desempenhar por maneira inteligível um importante papel na transformação moral que se opera.

Os Espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos, a fim de o reconduzirem à senda do bem, e não para o pouparem ao trabalho material que lhe cumpre executar neste mundo,tendo por meta o seu adiantamento,nem para lhe favorecerem a ambição e a cupidez.

A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os imortais possam trazer a luz a todas as camadas,a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico;aos retos para os fortificar no bem,aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que precisam de médico? Aí têm os medianeiros o de que devem compenetrar-se bem,para não fazerem mau uso de suas faculdades. Se não aproveitar,será então punido pela perda ou pela perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual,nesse caso,se aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem,sem prejuízo das aflições reais com que Deus corrige os servidores indignos e os corações que o orgulho e o egoísmo endureceram.

Terão,por isso mesmo, de dar contas do uso que hajam feito de um dom que lhes foi concedido para o bem de seus semelhantes. O bom médium,pois, não é aquele que comunica facilmente,mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência.

A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores.É apenas uma aptidão impessoal, pois, se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar-se com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la?

Onde, ademais, o limite entre a dignidade e a indignidade?

O médium que compreende o seu dever tem de trabalhar por melhorar-se. O que deseja que a sua faculdade se desenvolva e se engrandeça tem de se engrandecer moralmente e de se abster da vaidade e do orgulho de possuir uma faculdade que não lhe pertence, visto que lhe pode ser suspensa.

A mediunidade é ponte cuja segurança depende do indivíduo que lhe é depositário. A resistência ou fragilidade dela decorrerá do material moral com que se revista para uso.

O exemplo máximo de comportamento mediúnico é o de Jesus, que se fez o instrumento de Deus ao mundo, vivendo conforme a missão que de que Se encontrava investido.

Guardadas as proporções, os médiuns modernos, que são quais os profetas do passado,devem viver conforme a responsabilidade e a consciência de que se fazem mediadores, aprendendo,na renúncia,aos gozos terrenos e na prática da Caridade na sua expressão mais alta, a metodologia da elevação pessoal, para que um dia possam repetir,como Paulo,que já não são eles que vivem,mas Cristo que neles vive.

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