Os privilégios de Chico Xavier – Pedro Fagundes Azevedo 0/5 (1)

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Pesquisa de Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de pedro

Certa ocasião, na cidade de São Paulo, um comerciante teve o prazer de receber uma rápida visita de Chico Xavier. Desconhecendo as dificuldades e peripécias enfrentadas pelo médium ao longo de toda sua vida e querendo ser gentil, foi logo dizendo que o visitante era um privilegiado. Sorrindo, com sua natural modéstia, Chico obtemperou com toda serenidade:

Meu amigo, desculpe, mas até agora eu não sei quais são os privilégios que eu possa ter perante os céus. Porque, olhe só, fiquei órfão de mãe com cinco anos de idade, fui entregue aos cuidados de uma senhora que durante quase dois anos me favorecia com três surras de vara de marmelo por dia; empreguei-me numa fábrica de tecidos aos oito anos de idade e nela trabalhei por quatro anos seguidos, à noite, estudando na escola primária durante o dia. Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e porta num pequeno empório, durante mais quatro anos. Em seguida, empreguei-me numa agência do Ministério da Agricultura, na qual trabalhei trinta e dois anos, começando da limpeza da repartição, até chegar a escriturário, quando me aposentei. Em criança, sofri moléstia de pele, fui operado no calcanhar, onde me cresceu um grande tumor; sofri dos doze aos quinze anos de Coréia ou “Mal de São Guido”; fui operado em 1951 de uma hérnia estrangulada, acompanhei em família a desencarnação de irmãos que me eram particularmente muito queridos. Sofri um processo público, em 1944, de muitos lances difíceis e amargos, por causa das mensagens psicografadas por meu intermédio do grande escritor Humberto de Campos. Em 1958, passei por escandalosa perseguição, com muitos noticiários infelizes da imprensa, perseguição de tal modo intensa, que me obrigou a sair do campo reconfortante da vida familiar em Pedro Leopoldo, onde nasci, transferindo-me para Uberaba, em 1959, para que houvesse tranquilidade para meus familiares, que não tinham culpa por ter eu nascido médium. Em 1968, fui internado no Hospital Santa Helena, aqui em São Paulo, para ser operado numa cirurgia de muita gravidade e, agora, no princípio deste ano, que assinala o cinquentenário de minhas pobres faculdades mediúnicas, agravou-se em mim um processo de angina, que começou em novembro do ano passado. Angina essa com a qual estou lutando muito!…

E concluiu:

— Se tenho privilégios, como o senhor imagina, devo tê-los sem me dar conta!…

Notas: 1 – Fonte: Revista “O Espírita”, número 56, ano 9, fevereiro/março de 1988.)

2 – Chico Xavier, além de milhares de artigos e mensagens especiais, psicografou 412 livros de vários autores, em trabalho que se prolongava madrugadas a dentro (pois tinha que dar expediente no dia seguinte), sem nunca receber um centavo, doando os direitos autorais a instituições de caridade e de divulgação da doutrina espírita.

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