Pais – Hammed 1.67/5 (3)

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“`Quem é minha mãe e quem são meus irmãos’?

E apontando para os discípulos com a mão, disse:

´Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.

Criou-se em torno da função dos pais tantas expectativas e paradigmas que eles deixaram de ser simplesmente homens e passaram a ser criaturas idealizadas.

Há uma grande diferença entre “ser pessoa” e “ser função”. Aliás, “ser” é verdadeiro e concreto enquanto que “função” é passageira e temporal.

Obviamente que quem é mãe ou pai biológico sempre o será; no entanto sua função termina com o desenvolvimento e maturidade dos filhos. Todavia, há adulto que, consciente ou inconscientemente, para não perderem o seu papel social de dominador, educador e protetor, preferem ver os filhos, embora crescidos, infantilizados.

No reino animal, vemos claramente o casal estimular o filhote a ser independente, ajudando-o a assumir a própria vida. Aves marinhas, que fazem ninhos em altíssimos rochedos, quando percebem que suas crias estão aptas a voar, empurram-nas com o bico, lançando das alturas, sem a preocupação de que vão voar ou não, pois confiam nos instintos criados pela natureza.

Não nos esqueçamos de que também somos Natureza, porquanto temos forças instintivas que não podemos subestimar.

Há técnicas impulsivas e automáticas em todos os seres humanos, utilizadas inconscientemente pelas crianças para se libertarem do domínio dos adultos, técnica essas que as levam a “humanização dos pais”. Consistem em reelaborar e transformar crenças incutidas na infância relativas aos atributos supostamente divinos ou à idolatria dos pais.

De repente, os adultos começam a ser vistos não mais como deuses e sim como criaturas comuns. Deixam de ser perfeitos e puros e passam a ser observados em suas fraquezas, erros, injustiças, sexualidade, desacertos e outras tantas características humanas.

Essa “humanização”, muitas vezes não é bem recebida pelo casal. Eles se vêem inseguros, desprestigiados, receando perder a afeição, obediência e respeito das crianças.

Os pais imaturos e despreparados são os que mais rejeitam e hostilizam as iniciativas de autonomia dos filhos. Prendem as crianças ao seu redor, sentindo-se frágeis e incapacitados, por acreditarem que elas ao se libertarem da dependência, deixarão de amá-los e considerá-los.

Muitos desses pais só aprenderam a perpetuar a função paterna e/ou materna. Por isso, tem tanto medo de perder a única finalidade de sua existência.

Antes de a criatura “estar família”, ela é um “ser imortal”, em evolução. Entretanto no ambiente doméstico, não podemos esquecer jamais a nossa condição humana, para que não nos percamos entre ilusões e fantasias de seres idealizados como perfeitos, intocáveis e superiores.

“Ser” qualifica-se como: possuir presença e existência real; “estar”, ao contrário, entende-se como: encontrar-se provisoriamente em determinada situação, lugar e momento.

Em vista disso podemos compreender perfeitamente o significado das palavras de Jesus Cristo: “porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.

Portanto os verbos “ser” e “estar” deverão fazer parte de nossas constantes indagações, para que possamos nos identificar ou desidentificar com pessoas, posições, lugares e situações, promovendo assim o exercício benéfico do desapego e da individualização.

Um modo de entender: uma nova forma de viver.

Espírito Santo Neto, Francisco do.

Pelo Espírito Hammed

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