Morte assistida, um auto-assassinato 3/5 (5)

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Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro

Os nobres deputados portugueses, acabaram de aprovar, por unanimidade, uma petição para a despenalização da morte assistida, que agora segue para o plenário da Assembleia da República neste início de 2017. A petição define morte assistida como: “o ato de, em resposta a um pedido do próprio interessado – informado, consciente e reiterado – antecipar ou abreviar a morte de doentes em sofrimento e sem esperança de cura”. Se o paciente auto-administrar a substância letal (tomar o líquido sozinho), o ato é chamado de suicídio assistido. Se um profissional da saúde administrar o remédio no paciente (injetar, por exemplo), é denominado eutanásia. Seja qual for a escolha, é um auto-assassinato, uma violência que a pessoa pratica contra a própria vida e que vai lhe provocar um sofrimento ainda maior ao despertar no outro plano, após fenômeno chamado morte. Provavelmente, esses deputados desconhecem a tragédia que envolveu seu patrício, Camilo Castelo Branco, notável escritor português, que se matou em 1890, aos 65 anos, por não suportar a cegueira que o acometia, impedindo de dedicar-se a sua paixão pelas letras. Depois da morte, como espírito, ao recuperar parcialmente sua saúde, procurou a médium Yvonne Pereira para ditar as memórias desse infortúnio. Desse entendimento surgiu o livro “Memórias de um Suicida” que é considerado o mais importante sobre o assunto, tanto pelas informações que contém quanto por ter livrado muitas pessoas desse ato que só complica e nada resolve. Este trabalho é o responsável por trazer ao Brasil o Centro de Valorização da Vida. Foi a partir da leitura de tais memórias que, em 1962, criaram essa instituição, sem fins lucrativos, de atuação essencialmente voluntária, com a finalidade de prevenir o auto- assassinato. Seu número de atendimento telefônico, com discagem gratuita para todo o país, é o 188. A verdade é que podemos livrar-nos da morte várias vezes, mas, da vida ninguém escapa. Frequentemente, depois de prolongado estágio nas regiões purgatoriais e de diversas tentativas frustradas de renascimento, o espírito suicida vai herdar sequelas físicas numa próxima encarnação. Assim, quem se matou com um tiro do coração, por exemplo, poderá vir com grave cardiopatia. Enforcou-se? Atraiu para si dificuldades respiratórias. Jogou-se do alto de um prédio? Provavelmente, vai ficar todo desengonçado já no plano espiritual e numa vida futura. Não se trata de um castigo divino. Nós mesmos é que infringimos leis naturais e automaticamente sofremos as consequências. E quando misericórdia de Deus intervém, é apenas para minorar o nosso sofrimento. O novo corpo de carne e osso, semelhante a um mata-borrão, vai absorver a energias negativas que impensadamente atraímos para o nosso ser. O carma não é algo vingativo, mas educativo, para evitar que voltemos a cometer os mesmos erros interminavelmente.

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