OBJETIVOS CONFLITIVOS – Livro – Amor Imbativel Amor 2.5/5 (2)

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O desajuste emocional e a perda de identidade que predominam na sociedade contemporânea determinam como indispensável a conquista de metas estabelecidas pelo egoísmo, em indisfarçável preocupação de pare­cerem proporcionar a felicidade, O triunfo que todos devem almejar, segundo essas tendências, apresenta-se estatuído em como conseguir-se destaque social, parecer-se vencedor, tornar-se divertido.
Para esse cometimento surgem cursos e técnicas variadas para superar-se obstáculos — circunstânci­as, ocorrências e pessoas — conquistar-se amigos, lograr-se relacionamentos úteis, que significam van­tajosos, numa terrível, quase neurótica preocupação pelas vitórias exteriores.
O ser, em si mesmo, é quase secundária impor­tância, desde que a aparência seja agradável, a posi­ção tenha representatividade e o dinheiro se encar­regue de resolver as situações embaraçosas.
Tais objetivos não passam de disfarces para a luta pela supremacia do ego portador de recalques, que deixa de lutar pela libertação do Self para en­gendrar novos futuros conflitos.
A busca de poder que favorece a projeção social e o ter produzem contínua inquietação, de algum modo pelo medo de não mais vir a dispor da situ­ação cômoda, invejável. Esse receio induz à insegu­rança, à desconfiança, à instabilidade.
A medida porém, que as contas bancárias au­mentam e o brilho social projeta, o indivíduo perde contato com a sua realidade, tornando-se antinatu­ral, exigindo tratamento especial em toda parte, es­pecialmente no lar — qual lhe é propiciado pela in­sensatez da bajulação — sentindo-se todo poderoso e agressivo. Não permite ser contrariado nas coisas e situações de quase nenhuma importância, porque susceptível em demasia, se irrita, agride, se indis­põe. Essa conduta sistemática e as pressões sofridas no mundo do parecer estressam-no, e cada vez tom­bam-no na insatisfação.
Noutras vezes, afadiga-se por defender a posi­ção em que estagia, e não desfruta daquilo que foi anelado, porque está sempre preocupado com aque­les que vêm atrás e ameaçam-lhe o lugar de falso triunfo. Prossegue, então, acumulando mais, defen­dendo-se mais, amando menos, tranqüilizando-se menos ainda.
Se escapa dessas injunções conflitivas, experi­menta a saturação e desmotiva-se, mergulhando no tédio gerador de morbidez e depressão.
Os objetivos, quando legítimos, não podem en­carcerar nem entorpecer, menos ainda afligir. Somente aqueles que são constituídos por qualidades e valores profundos, compensam o afã e o esforço por lográ-los.
Formam-se pelos anseios de vitórias, de realiza­ções, não porém, exclusivamente exteriores, senão também, internas, as únicas que produzem renova­ção, que estimulam e dão sentido existencial.

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