Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente por três gestões da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro
Enquanto a maioria das religiões tem séculos de existência, o Espiritismo somente agora completa seu 160° aniversário, neste 18 de abril, que assinala a primeira edição de O Livro dos Espíritos, considerado o marco inicial do Espiritismo. Trata-se de um livro com 1019 questões, em que Allan Kardec formulou a perguntas e as respostas dos espíritos vieram através de numerosos médiuns, em várias datas e diferentes localidades. Primeira pergunta de Kardec: Que (que e não quem) é Deus? Resposta dos espíritos de luz: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.
E por aí vai. Já nas primeiras páginas, o livro nos apresenta um Deus diferente de todos aqueles até então apresentados pelas antigas religiões ou doutrinas filosóficas. O Deus revelado pelo Espiritismo não tem nada que se assemelhe a um ser autoritário, bravo, sentado num trono a nos espiar do alto, e disposto a nos punir sempre que descumpramos suas leis. O Deus revelado pelo Espiritismo é sábio, magnânimo, bom, misericordioso e, acima de tudo, é amor. O termo Espiritismo foi cunhado pelo próprio Allan Kardec, para não confundir a nova doutrina com as muitas manifestações de mediunidade que sempre existiram.
Depois de abordar assuntos delicados como o enigma da criação, o livro nos traz à reflexão temas como a lei de causa e efeito através da reencarnação, a imortalidade do ser, a vida no além, as leis morais, penas e gozos terrestres e sua ligação com o futuro. Enfim, abrir O Livro dos Espíritos é descortinar um mundo novo, ante tantas informações que preenchem os anseios da alma e nos faz crer que a felicidade existe, sim, e que, seguindo o roteiro deixado por Jesus, é possível ser alcançada por todos. Sem esquecer que, na longa jornada da evolução, somos seres espirituais vivendo atualmente a condição humana no planeta Terra, sob as mais diversas crenças.
