Livro O que é o Espiritismo – Capítulo I – A BOA ou MÁ VONTADE DOS ESPÍRITOS PARA CONVENCER – Allan

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A BOA ou MÁ VONTADE DOS ESPÍRITOS PARA CONVENCER

V.
— Certamente os Espíritos desejam fazer prosélitos.
Por que não se dedicam mais a convencer determinadas pessoas, cuja opinião seria de uma grande influência?

A.
K.
— Parece que, por ora, não julgam conveniente convencer essas pessoas, cuja importância não reputam tão grande como a elas mesmas se afigura.

Isto é pouco lisonjeiro, concordo; mas não governamos a opinião dos Espíritos que, por sinal, têm uma maneira de julgar as coisas que nem sempre se assemelha à nossa.
Vêem, pensam e agem sob um outro ponto de vista.

Enquanto que a nossa vista, feita de matéria limitada, está circunscrita ao acanhado círculo em cujo centro nos encontramos, os Espíritos abraçam o conjunto.
O tempo, que tão longo nos parece, tem para eles uma nula duração.
A distância é um passo.
Certos pormenores, que aos nossos olhos se revestem de suma importância, aos seus olhos são puerilidades.
Ao contrário, dão importância a certos detalhes, cuja conveniência passa-nos desapercebida.

Para os compreender é preciso elevarmos nosso pensamento acima do nosso horizonte material e moral e nos colocarmos no seu ponto de vista.

Não são eles que devem vir até nós: a nós compete-nos elevarmos até eles; e a isso nos conduzem o estudo e a observação.

Os Espíritos apreciam os observadores assíduos e conscienciosos, para os quais multiplicam as torrentes de luz.

Não é a dúvida, filha da ignorância, que os afugenta, mas a fatuidade dos observadores pretensiosos, que acabam nada observando, que cuidam os colocar no banco de réus e fazê-los se moverem como títeres; sobretudo o sentimento de hostilidade e de descrédito que alimentam, que lhes está no cérebro, quando não se revela em palavras.

Por estes nada fazem os Espíritos, pouco se importando com o que possam dizer ou pensar, porque também lhes chegará o dia.

Eis porque eu lhe disse que não é de fé que se precisa, e sim de boa fé.

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