Livro O que é o Espiritismo – Capítulo II – CHARLATANISMO – Allan Kardec 0/5 (2)

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CHARLATANISMO

89.
Certas manifestações espíritas prestam-se muito facilmente à imitação.
Seria, porém, absurdo deduzir que não existem, pelo fato de serem passíveis de exploração, como outros tantos fenômenos, pelo charlatanismo e pela prestidigitação.

Para quem estudou e conhece as condições normais em que se produzem, é fácil distinguir a imitação da realidade.
Ademais, a imitação nunca é perfeita, e não pode enganar senão ao ignorante, incapaz de apreciar os matizes característicos do verdadeiro fenômeno.

90.
As manifestações que mais facilmente podem ser imitadas são certos efeitos físicos e os fenômenos inteligentes comuns, tais como movimentos, golpes, transportes, escrita direta, respostas banais, etc.
Já o mesmo não acontece com as comunicações inteligentes e transcendentais.

Para imitar as primeiras basta a destreza.
Para simular as outras preciso seria uma instrução pouco comum, uma superioridade intelectual nada vulgar e uma faculdade de improvisação, por assim dizer, universal.

91.
Em geral os que não conhecem o Espiritismo inclinam-se a suspeitar dos médiuns.
O estudo e a experiência oferecem meios de nos assegurarmos da realidade dos fatos.
E as melhores garantias que podemos encontrar são o desinteresse absoluto e a honradez do médium.
Pessoas há que, pela posição e caráter, estão acima de qualquer suspeita.

Se a cegueira da ganância pode induzir à fraude, diz o bom senso que a ausência de lucros exclui a possibilidade do charlatanismo.
(Livro dos Médiuns, pág.
28: Charlatanismo e embuste, médiuns interesseiros, fraudes espíritas, ne 300).

92.
Entre os adeptos do Espiritismo, como aliás em tudo, encontram-se entusiastas exaltados, que são os piores propagandistas, pois se desconfia da facilidade com que aceitam tudo sem maduro exame.

O espírita culto foge do entusiasmo que cega, e observa tudo fria e calmamente: este é um meio de furtar-se a ser joguete de ilusões e mistificações.
Deixando de lado toda a questão de boa fé, o observador noviço deve, antes de mais nada, levar em conta a responsabilidade do caráter das pessoas às quais se dirige.

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