Evangelho Segundo o Espiritismo Parte 21

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CAPÍTULO V

BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

Justiça das aflições. Causas atuais das aflições. Causas anteriores das aflições. Esquecimento do passado. Motivos de resignação. – O suicídio e a loucura. Instruções dos Espíritos: Bem e mal sofrer. O mal e o remédio. – A felicidade não é deste mundo. Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras. Se fosse um homem de bem, teria morrido. Os tormentos voluntários. A desgraça real. A melancolia. Provas voluntárias. O verdadeiro cilício. Dever-se-á pôr termo às provas do próximo? Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura? Sacrifício da própria vida. Proveito dos sofrimentos para outrem.

1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. Bemaventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. -Bemaventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S.MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)

2. Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. Bemaventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.)
Mas, ai de vós, ricos que tendes no mundo a vossa consolação. Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)

JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES

3. Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso, mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude, e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus.

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