A vontade de Deus – Redação do Momento Espírita 5/5 (4)

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A chuva caiu forte.
Todo o povoado comentava que era vontade de Deus.

E, como de outras vezes já ocorrera, o enorme tronco de uma figueira se atravessou na estrada, despencando do morro, e deixou totalmente isolada aquela comunidade.

Pedras se deslocaram, rolando morro abaixo.
A enxurrada varria as ruas, com violência.

Enquanto cada um lamentava e entrava em sua casa para racionar a comida para os próximos dias, o menino da casa de flores amarelas saiu em disparada para o meio do mato.

Não lhe importava a chuva que continuava caindo, embora menos intensa.
Habitualmente, era ali, debaixo da copa das árvores, que ele dialogava com seu anjo, da mesma forma que o fazia, à noite, em suas orações, antes de dormir.

Meio sem jeito, Pedro perguntou o motivo daquela chuva, daquele tronco, tudo de novo, como de outras vezes passadas.
Seus pais estavam cansados daquilo, seus amigos também.

Mas o anjo confirmou: Foi Deus mesmo quem mandou a chuva.

Aquilo incomodou o garoto.
Ele saiu dali e foi em direção ao tronco.
Atirou-se na lama e se pôs a empurrar a enorme figueira tombada.

Os mais velhos esbravejavam, cada um em sua porta.
E diziam da inutilidade daquilo.
O anjo ficou à frente do seu pupilo e o incentivou: Você consegue.
Não pare.
Continue.

Com os braços tremendo e as mãos arranhadas, alguns minutos depois, Pedro olhou para o lado.
Todas as crianças da vila haviam se juntado a ele e empurravam.

Enquanto faziam força, riam dos seus escorregões, da lama em seus corpos, da cara suja.
E brincavam, deixando que a chuva lhes lavasse as manchas da roupa.
Empenhavam-se como irmãos.

Com o insucesso de retirar os filhos do tronco deitado, as mães e as avós resolveram participar da fantasia dos meninos.
Logo, os homens se mobilizaram.

Largaram seus copos de café, que esquentavam seus corpos, e se colocaram à disposição do que consideravam uma causa perdida, uns em respeito às suas esposas, outros pelos seus filhos.

Depois de muito esforço, conseguiram deslocar a figueira para o lado.
O caminho estava livre.

A seguir, providenciaram a retirada das grandes pedras do meio das ruas.

Aqueles momentos conectaram para sempre aquela gente.
As faltas foram perdoadas, as desculpas foram aceitas.

Eram todos companheiros, empenhados num único propósito.

A discórdia deu lugar à união, o desespero à esperança, a tristeza à alegria, as trevas à luz e a dúvida à fé.

Finalmente, a comunidade havia entendido a vontade de Deus.
Ele mandara a chuva, que desencadeara o episódio da derrubada da figueira e o deslocamento das grandes pedras.

Contudo, a união de todos, o esforço conjugado, resolvera a dificuldade.

Pedro descansava na lama, agora, enquanto sentia o afago de seus pais.

E todos haviam aprendido que o êxito é uma bênção de forças conjugadas da natureza, enquanto a força é ato, que significa compromisso no bem ou no mal, é a palavra que edifica ou destrói.

A oportunidade é a nossa porta de luz, no sagrado momento que passa.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo A vontade de Deus

e A figueira do caminho, da Revista Cultura Espírita, de janeiro.
2014, do Instituto

de Cultura Espírita do Brasil, Rio de Janeiro; nos verbetes Êxito, Força e

Oportunidade, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia

de Francisco Cândido Xavier, ed.
FEB.

Em 27.
3.
2014.

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