Vale a pena ser mãe – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Ela era jovem e cheia de sonhos.
Quando a gravidez se confirmou, plenificou-se de felicidade.

Ela era amada, tinha um lar, e agora um filhinho viria coroar de maiores alegrias a sua vida.

Idealizou, junto com o marido, como seria aquele bebê que se formava, em sua intimidade.

Passou a deter o olhar em vitrines com maior vagar.
Vitrines com roupas de bebê, carrinhos, berço, enfim tudo que pudesse compor um quartinho especial para o amor do seu amor.

Algo, contudo, viria empanar a sua felicidade e colocar cores escuras em seus sonhos.

Em um dos exames preliminares, foi-lhe dito que seu bebê apresentava uma dificuldade.
Em verdade, uma séria dificuldade.

Ele era anencéfalo.
Não tinha cérebro.
A orientação foi que ela abortasse.

Adriana chorou muito.
Seu marido também.
Embora lhe fosse acenada a possibilidade de abortar, pois ao nascer, o bebê não viveria senão algumas horas, ela hesitou.

Portadora da crença na Imortalidade da alma, nas vidas sucessivas, sabedora dos objetivos da reencarnação, tomou uma decisão.

Ela não abortaria.
Seu bebê viveria o mais possível, a depender da sua disposição e coragem.
E se assim decidiu, seu marido a apoiou.

Foram noites de muitas lágrimas.
Noites de incertezas, de dúvidas, de pesar.

Afinal, eles desejavam tanto um bebê, um filho para amar, acarinhar, ver crescer.

E seu filhinho não viveria para isso.

Surpreendentemente, dois meses depois desse diagnóstico, um novo exame revelou algo diferente: seu bebê não era anencéfalo.

O ultrassom detectou o cérebro e apontou que o problema do feto era o não fechamento neural.
Um problema que poderia ser corrigido cirurgicamente.

Adriana deixou que as lágrimas lhe lavassem as faces e a alma.
Foi um alívio momentâneo, porque logo depois veio o outro diagnóstico.

A sua filhinha era portadora de uma cardiopatia.

Sim, um procedimento cirúrgico poderia resolver.

Assim, a jovem grávida foi encaminhada para um hospital e recebeu acompanhamento médico até o final da gravidez.

Rafaela nasceu de parto cesariana no dia 1º de janeiro de 2005.
Era como se desejasse anunciar um novo ano com sua presença.

Nasceu no mesmo dia e no mesmo horário em que seu pai nascera.

Era um presente maravilhoso, consideraram os pais.

É a própria Adriana que conta, com palavras emocionadas: Fizemos tudo para que ela sobrevivesse.

Mas de tudo que esperávamos, foi realmente o melhor da forma como tudo aconteceu.

Rafaela ficou no hospital.
Só meu marido e eu podíamos entrar para vê-la.

E a cada vez que a visitávamos fui percebendo que aqueles eram momentos só nossos de conhecê-la.

Rafaela desencarnou no dia 17 de janeiro.

De tudo isso aprendi que o amor é o mais importante.
Se realmente o diagnóstico mudou, porque mudou, não sei.

O que sei é que valeu cada minuto ao lado de minha filha.

Hoje, que os dias já acalmaram a dor da separação, tenho sonhado com minha filhinha.

Ela me parece uma criança feliz e agradecida por tudo que passou.

E eu, eu agradeço a Deus a oportunidade de ser mãe de Rafaela.

Minha mensagem a todas as mulheres é que não desistam de serem mães, acima de tudo.

Vale a pena!

Redação do Momento Espírita, baseado em fato

narrado pelo Dr.
Laércio Furlan, da AME-PR.

Disponível no CD Momento Espírita, v.
18, ed.
FEP.

Em 6.
5.
2020.

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