Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro
Carlos Baccelli conta no seu livro Chico Xavier 70 anos de Mediunidade que, numa longínqua noite de sábado, estava ele com o médium e outras pessoas em peregrinação nos arredores da Comunhão Espírita-Cristã, na cidade de Pedro Leopoldo. A passos vagarosos, o grupo avançava de casa em casa, por ruas escuras e esburacadas que dificultavam a movimentação.
Lilico era o confrade que ia na frente, carregando um lampião portátil para clarear o caminho. E aconteceu que o Lilico, distraído, adiantou-se demais – uns vinte metros – deixando a turma para trás, numa quase completa escuridão. Havia chovido e ninguém escapava das poças dágua. Ouvindo os resmungos de todos, Chico chamou o Lilico. E deixou-nos esta preciosa lição:
– Lilico, meu filho, por favor, vá com calma, espere por nós… A luz não deve estar nem muito à frente, nem muito atrás… Para que possamos enxergar por onde ir é preciso que ela nos acompanhe… Somente aí companheiro do lampião deu-se conta da importância de mantermos a luz sempre próxima, nem muito adiantada, nem atrasada demais.
E Baccelli comenta que frequentemente se lembra desse episódio, comparando aquilo que o Chico disse a Lilico com as revelações que nos têm sido feitas pelo Mundo Espiritual. Às vezes, desejamos que os espíritos nos tragam novas informações e detalhes da vida além da morte, esquecendo-nos de que toda revelação deve ser gradativa e sem saltos.
Não olvidemos que a descida de Jesus – a Luz do Mundo! – até nós, foi preparada com séculos de antecedência. Isaías, quase oitocentos anos antes, falava no Messias ansiosamente aguardado. Em nossos dias, o Espiritismo aos poucos vai levantado o véu de Isis, aquela tela que separa a morte da vida, na proporção das luzes que vamos adquirindo.
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