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A criança mal amada, que padece violências fíÂsicas e psicológicas, vê o mundo e as pessoas atraÂvés de uma óptica distorcida. As suas imagens estão focadas de maneira incorreta e, como consequência, causam-lhe pavor. Ademais, os comportamentos agressivos daqueles que lhe partilharam a convivênÂcia, atemorizando-a mediante ameaças de punições com seres perversos, animais e castigos de qualquer natureza, fazem-na fugir para lugares e situações vexatórios, nos quais o recolhimento não oferece qualquer mecanismo de defesa, deixando-a abandoÂnada. Essa sensação a acompanhará por largo período, senão por toda a existência, perturbandoÂlhe a conduta insegura e assinalada por culpas sem sentido, que a levarão a permanente desconsideração por si mesma, pela ausência de auto-estima, por incessantes arrependimentos.
Nessa instabilidade emocional, sem alguém em quem confiar e a quem entregar-se, a criança constrói o seu mundo de conflitos e nele se encerra, dominada por contínuo receio de ser ferida, desconsiderada, evitanÂdo-se participar da vida normal, para poupar-se a soÂfrimentos e do desprezo de que se sente objeto.
Para sobreviver, nessa situação, transfere os seus medos e sua insegurança para a responsabilidade do conjunto social que sempre lhe parece hostil, numa naÂtural projeção do que sofreu e não pôde eliminar.
A violência de qualquer matiz é sempre responsáÂvel pelas tragédias do cotidiano. Não apenas a que agriÂde pela brutalidade, por intermédio de gritos e golpes covardes, mas também, a que se deriva do orgulho, da indiferença, da perseguição sistemática e silenciosa, das expressões verbais pejorativas, desestimulando e conÂdenando, enfim, de todo e qualquer recurso que desÂdenha as demais criaturas, levando-as a patologias inuÂmeráveis.
A violência urbana, por exemplo, é filha legítima dos que se encontram em gabinetes luxuosos e desviÂam os valores que pertencem ao povo, que desrespeiÂtam, que elaboram Leis injustas, que apenas os favoreÂcem, que esmagam os menos afortunados, utilizando-se de medidas especiais, de exceção, que os anulam, que exigem submissão das massas, para que consigam o que lhes pertence de direito… produzindo o lixo moÂral e os desconsertos psicológicos, psíquicos, espirituÂais.
Numa sociedade justa, que se organiza com indiÂvíduos seguros dos próprios deveres, na qual os compromissos morais têm prevalência, dignificando a criÂatura em si mesma e proporcionando-lhe recursos para uma existência saudável, os valores educativos têm priÂmazia, por constituírem alicerces sobre os quais se ediÂficam os grupos que a constituem.
Lícidos, a respeito das necessidades que devem ser consideradas, os seus governantes se empenham com decisão, para proporcionar os recursos hábeis que poÂdem facultar a felicidade das massas.
Não obstante, há fatores que contribuem para os desajustes sociais, que precedem o berço e que constiÂtuem implementos relevantes na carga genética, proÂgramando seres inseguros, arrependidos, frágeis emoÂcionalmente. Trata-se de Espíritos que não souberam conduzir-se, entregando-se a excessos e dissipações que os prejudicaram, mas também perturbaram outras viÂdas, produzindo lesões nas almas, que agora ressumam em conflitos inquietadores. Esses mesmos fatores inÂduziram-nos a reencarnar-se em grupos familiares onde as dificuldades ambientais e os relacionamentos afetiÂvos gerariam insegurança, levandoà dubiedade de comportamento ” após qualquer ação, boa ou má ”à irrupção do arrependimento, mais aflição que sentimenÂto de auto-recuperação.
Somente através de uma constante construção de idéias positivas e estimuladoras será possível uma teÂrapia eficiente,à qual o paciente se deve entregar em clima de confiança, trabalhando as lembranças trauÂmatizantes recordadas e preenchendo o consciente atual com perspectivas que se farão arquivar nos refolhos dalma, com propostas novas de felicidades, que voltaÂrãoà tona oportunamente, enriquecendo-o de alegria.
A reprogramação da mente torna-se essencial para a conquista da segurança e da paz. Acostumada ao pesÂsimismo conflitivo, os seus arquivos no inconsciente mantêm registros perturbadores que deverão ser subsÂtituídos pelos saudáveis. Esse material angustiante irá elaborar comportamentos sexuais insatisfatórios, medo de amar, pequena auto-estima, estabelecendo receios na área afetiva, por acreditar-se incapaz de ser amado, assim refugiando-se na autocomiseração, negando-se encontrar o sol do amor que tudo modifica.
Exercícios físicos contribuem para romper essa couÂraça psicológica, que se torna também física, produzinÂdo dores nos tecidos orgânicos, abrindo espaços para a instalação de diversas enfermidades.
O ser psicológico é o vigilante do domicilio celuÂlar. Conforme conduzir-se, estabelecerá as satisfatórias ou negativas manifestações da saíde física e mental.
Aprofundar reflexões nas causas da insegurança e do arrependimento de maneira edificante, procurando retirar o melhor proveito, sem culpa nem castração, é o desafio do momento para cada ser, que então se dispoÂráà superação dos agentes constritores e de desagreÂgação da personalidade.
Joana de Ângelis – Psicografado por Divaldo franco