Our Score
Click to rate this post!
[Total: 0 Average: 0]
O desajuste emocional e a perda de identidade que predominam na sociedade contemporânea determinam como indispensável a conquista de metas estabelecidas pelo egoísmo, em indisfarçável preocupação de pareÂcerem proporcionar a felicidade, O triunfo que todos devem almejar, segundo essas tendências, apresenta-se estatuído em como conseguir-se destaque social, parecer-se vencedor, tornar-se divertido.
Para esse cometimento surgem cursos e técnicas variadas para superar-se obstáculos ” circunstânciÂas, ocorrências e pessoas ” conquistar-se amigos, lograr-se relacionamentos íteis, que significam vanÂtajosos, numa terrível, quase neurótica preocupação pelas vitórias exteriores.
O ser, em si mesmo, é quase secundária imporÂtância, desde que a aparência seja agradável, a posiÂção tenha representatividade e o dinheiro se encarÂregue de resolver as situações embaraçosas.
Tais objetivos não passam de disfarces para a luta pela supremacia do ego portador de recalques, que deixa de lutar pela libertação do Self para enÂgendrar novos futuros conflitos.
A busca de poder que favorece a projeção social e o ter produzem contínua inquietação, de algum modo pelo medo de não mais vir a dispor da situÂação cômoda, invejável. Esse receio induzà inseguÂrança,à desconfiança,à instabilidade.
A medida porém, que as contas bancárias auÂmentam e o brilho social projeta, o indivíduo perde contato com a sua realidade, tornando-se antinatuÂral, exigindo tratamento especial em toda parte, esÂpecialmente no lar ” qual lhe é propiciado pela inÂsensatez da bajulação ” sentindo-se todo poderoso e agressivo. Não permite ser contrariado nas coisas e situações de quase nenhuma importância, porque susceptível em demasia, se irrita, agride, se indisÂpõe. Essa conduta sistemática e as pressões sofridas no mundo do parecer estressam-no, e cada vez tomÂbam-no na insatisfação.
Noutras vezes, afadiga-se por defender a posiÂção em que estagia, e não desfruta daquilo que foi anelado, porque está sempre preocupado com aqueÂles que vêm atrás e ameaçam-lhe o lugar de falso triunfo. Prossegue, então, acumulando mais, defenÂdendo-se mais, amando menos, tranquilizando-se menos ainda.
Se escapa dessas injunções conflitivas, experiÂmenta a saturação e desmotiva-se, mergulhando no tédio gerador de morbidez e depressão.
Os objetivos, quando legítimos, não podem enÂcarcerar nem entorpecer, menos ainda afligir. Somente aqueles que são constituídos por qualidades e valores profundos, compensam o afã e o esforço por lográ-los.
Formam-se pelos anseios de vitórias, de realizaÂções, não porém, exclusivamente exteriores, senão também, internas, as ínicas que produzem renovaÂção, que estimulam e dão sentido existencial.
Joana de Ângelis – Psicografado por Divaldo franco