Our Score
Click to rate this post!
[Total: 0 Average: 0]
Quando vige o amor nos sentimentos, não há luÂgar para o ressentimento. Não obstante, faceà estrutuÂra psicológica do ser humano, a afetividade espontâÂnea sempre irrompe intentando crescimento, de modo a administrar as paisagens que constituem os objetivos existenciais. Não conseguindo atingir as metas, porque se depara com a agressividade inerente ao processo de desenvolvimento intelectomoral que ainda não se pôde instalar, sente-se combatida e impelida ao recuo. Tal ocorrência, nos indivíduos menos equipados de valoÂres éticos, gera mal-estar e choques comportamentais que se podem transformar em transtornos aflitivos.
Quando isso sucede, o ser maltratado refugia-se na mágoa, ancorando-se no desejo de desforço ou de vinÂgança.
A injustiça de qualquer natureza é sempre -uma agressãoà ordem natural que deve viger em toda a parte, especialmente no homem que, por instinto, deÂfende-se antes de ser agredido, arma-se temendo ser assaltado, ficaà espreita em atitude defensiva…
Tudo quanto lhe constitui ameaça real ou imagináÂria torna-se-lhe temerário e, por mecanismo de defesa, experimenta as reações fisiológicas específicas que deÂcorrem das expectativas psicológicas.
A raiva, sob esse aspecto, é uma reação que resulta da descarga de adrenalina na corrente sanguínea, quanÂdo se está sob tensão, medo, ansiedade ou conflito deÂfensivo.
O medo que,às vezes, a inspira, impulsionaàagressão, em cujo momento assume o comando das atitudes, assenhoreando-se da mente e da emoção.
A criatura humana, portanto, convive com esses estados emocionais que se alternam de acordo com as ocorrências, e que se podem transformar em transtorÂnos desesperadores tais o ódio, o pânico, a mágoa enÂfermiça.
A mágoa ou ressentimento, segundo os estudos da Dra. Robin Kasarjian, instala-se nos sentimentos em razão do Self encontrar-se envolto por sub-personaliÂdades, que são as qualidades morais inferiores, aqueÂlas herdadas das experiências primárias do processo evolutivo, tais a inveja, o ciíme, a malquerença, a perÂversidade, a insatisfação, o medo, a raiva, a ira, o ódio, etc.
Quando alguém emite uma onda inferior ” sub-personalidade ” a mesma sincroniza com uma faixa equivalente que se encontra naquele contra quem é diÂrecionada a vibração, estabelecendo-se um contato inÂfeliz, que provoca idêntica reação.
A partir daí estabelece-se a luta com enfrentamenÂtos contínuos, que resultam em danos para ambos os litigantes, que passam a experimentar debilidade nas suas resistências da saíde física, emocional, psíquica, econômica, social… Naturalmente, porque a alteração do comportamento se reflete na sua existência humaÂna.
Sentindo-se vilipendiado, ofendido, injustiçado, o outro, que se supõe vítima, acumula o morbo do resÂsentimento e cultiva-o, como recurso justo para descarÂregar o sofrimento que lhe está sendo imposto.
Essa atitude pode ser comparadaà condução de uma brasa para ser atirada no adversário que, apesar disso, enquanto não é lançada queima a mão daquele que a carrega .
O ressentimento, por isso mesmo, é desequilíbrio da emoção, que passa a atitude infeliz, profundamente infantil, qual a de querer vingar-se, embora sofrendo os danos demorados que mantém esse estado até quanÂdo surja a oportunidade.
O amor, porém, proporciona a transformação das subpersonalidades em superpersonalidades, o que imÂpede a sintonia com os petardos inferiores que lhes seÂjam disparados.
Em nossa forma de examinar a questão do ressen timento e da estrutura psicológica em torno do Self, acreditamos que, em se traçando uma horizontal, e parÂtindo-se do fulcro em torno de um semicírculo para baixo, teríamos as subpersonalidades, e, naquele que está acima da linha reta, defrontamos as superpersonaÂlidades, mesmo que, nas pessoas violentas e mais insÂtintivas, em forma embrionária.
Toda vez que é gerada uma situação de antagonisÂmo entre os indivíduos, as subpersonalidades se enfrenÂtam, distendendo ondas de violência que encontram guarida no campo equivalente da pessoa objetivada.
Não houvesse esse registro negativo e a agressão se perderia, por faltar sintonia vibratória que facultasÂse a captação psíquica.
O ressentimento, portanto, é efeito também da onda perturbadora que se fixa nos painéis da emotividade, ampliando o campo da subpersonalidade semelhante que se transforma em gerador de toxinas que termiÂnam por perturbar e enfermar quem o acolhe.
Sob o direcionamento do amor, a subpersonalidaÂde tende a adquirir valores que a irão transformar em sentimentos elevados ” superpersonalidades ” anulanÂdo, lentamente, a sombra, o lado mau do indivíduo, criando campo para o perdão.
É provável que, na primeira fase, o perdão não seja exatamente o olvidar da ofensa, apagando da memória a ocorrência desagradável e malfazeja. Isso virá com o tempo, na medida que novas conquistas éticas forem sendo armazenadas no inconsciente, sobrepondo-seàs mazelas dominantes, por fim, anulando-lhes as vibraÂções deletérias que são disparadas contra o adversário, ao tempo em que desintegram as resistências daquele que as emite.
Não revidar o mal pelo mal é forma de amar, concedendo o direito de ser enfermoàquele que se transforma em agressor, que se compraz em afligir e perturbar.
Nessa condição ” estágio primário do processo de desenvolvimento do pensamento e da emoção ” é naÂtural que o outro pense e aja de maneira equivocada.
O amor-perdão é um ato de gentileza que a pessoa se dispensa, não se permitindo entorpecer pelos vapoÂres angustiantes do desequilíbrio ou desarticular-se emocionalmente sob a ação dos tóxicos do ódio ressenÂtido.
O homem maduro psicologicamente é saudável, por isso, ama-se e perdoa-se quando se surpreende em erro, pois que percebe não ser especial ou alguém irreÂtorquível.
Compreendendo que o trabalho de elevação se dá mediante as experiências de erros e de acertos, proporcioÂna-se tolerância, nunca porém sendo complacente com esses equívocos, a ponto de os não querer corrigir.
É atitude de sabedoria perdoar-se e perdoar, porquanto a conquista dos valores éticos é consequência natural do equilíbrio emocional, patamar de seguranÂça para a aquisição da plenitude.
O amor é força irradiante que vence as distonias da violência vigente no primarismo humano, gerador das subpersonalidades.
Surge como expressão de simpatia que toma corpo na emoção, distendendo ondas de felicidade que enÂvolvem o ser psicológico e se torna força dominadora a conduzir os objetivos essenciaisà vida digna.
Fonte proporcionadora do perdão, confunde-se com esse, porque as fronteiras aparentes não existem em realidade, desde que um somente tem vigência quando o outro se pode expressar.
Amor é saíde que se expande, tornando-se vitaliÂdade que sustenta os ideais, fomenta o progresso e deÂsenvolve os valores elevados que devem caracterizar a criatura humana.
Insito em todos os seres, é a luz da alma, momenÂtaneamente em sombra, aguardando oportunidade de esplender e expandir-se.
O amor completa o ser, auxiliando-o na auto-supeÂração de problemas que perdem o significado ante a sua grandeza.
Enquanto viger nos sentimentos, não haverá lugar para os resíduos enfermiços das sub-personalidades, que se transformarão em claridade psicológica, avanÂçando para os níveis superiores do sentimento, quanÂdo a auto-realização conseguirá perdoar a tudo e a toÂdos, forma ínica de viver em plenitude.
Joana de Ângelis – Psicografado por Divaldo franco