96 – NAS PALAVRAS

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Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados… 
(TIAGO, 5:9.)
Mergulhar o divino dom da palavra no v aso lodoso da queixa é o mesmo que inflamar
prec iosa lâmpada no conteído da lata de lixo.
Não transformes a própria fras e em lama sobre chagas abertas.
Podes mobilizar a maravilha do verbo, para reajustar o bem, sem necessidade de
estender o mal.
Ergue a esperança, ao pé dos que desfaleceram na luta. Exalta a excelência do amor,
perante aqueles que o ódio intoxica. Louva as perspectivas da fé, ao lado dos que choram
no desencanto. Aponta as qualidades nobre do amigo que caiu em desv alimento. Destaca
as possibilidades de auxiliar onde os outros somente encontram motiv os para censura.
Desdobra o trabalho restaurador onde o pessimismo condena. Procura o lado melhor das
situações para que o melhor seja feito. E, quando os obstáculos morais se agigantem,
como se a maldade estivesse a ponto de triunfar em definitivo, se não podes algo dizer
em louvor da bondade, cala-te e ora.
Pensa no bem, quando não puderes falar nele.
A semente muda, renova a terra.
A gota silenciosa de sedativo, asserena o corpo martirizado.
Nunca te queixes dos outros, mesmo porque, em nos queixando de alguém, é preciso
consultar o próprio íntimo para saber se em algum lugar desse alguém não estaríamos
fazendo isso ou aquilo de maneira pior.

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