Você já serviu de ponte?

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Bem ensina Emmanuel: A natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais. Em seus círculos de serviço, coisa alguma permanece sem propósito, sem finalidade justa.

Nela vemos o ensino de tudo: qualquer elemento, qualquer coisa, uma paisagem, a árvore, o rio, a fonte, tudo nos dá lições, quando vestidos com a virtude da humildade, sem visões estreitas, lemos o livro de Deus.

Chico Xavier, sempre inspirado, certa feita, passando por sobre uma ponte, lembrou Casimiro Cunha e um de seus poemas que havia psicografado:

Ponte silenciosa,

no esforço fiel e ativo,

é um apeloà lei de amor,

sempre novo, sempre vivo.

Vendo-a nobre e generosa,

servindo sem altivez,

convém saber se já fomos

como a ponte alguma vez.

* * *

Chico Xavier lembrou também de haver Emmanuel, seu guia espiritual, lhe perguntado, certo dia:

Você já serviu de ponte alguma vez, Chico? Ao que ele silenciara.

Mas, dias depois, viajando com um sacerdote, de Pedro Leopoldo para Belo Horizonte, num ônibus, recordara da pergunta de seu querido guia e vira-se servindo de ponte.

Com uma hora de boa conversa, repartiu com o irmão e companheiro de viagem o que já havia aprendido.

Sentiu que fora ponte para que aquele servo do Cristo, em tarefa testemunhal, ganhasse a outra margem do conhecimento sobre o amigo celeste e se sentisse maravilhado.

* * *

E nós? Já servimos de ponte em algum momento?

Já servimos de conciliador em alguma discussão ou querela entre duas pessoas?

Já ajudamos alguém a atravessar os rios da ignorância e o conduzimosàs margens seguras do conhecimento?

Já servimos de ponte entre o desespero e o consolo?

Já estendemos nossas mãos amparando alguém na travessia de momentos de tormento?

Já fomos ponte entre as coisas da Terra e o Criador, ensinando alguém a orar com fé, com o coração?

Já fomos ponte entre os olhos baixos e um sorriso sincero?

Quantas vezes podemos ser pontes e deixamos passar a oportunidade…

Ser esse elo de ligação entre duas situações opostas, entre duas realidades, entre dois lugares ou estados d´alma, é missão importantíssima.

Inspiremo-nos na ideia dessa construção fascinante e sua função nobre, servindo sem esperar aplauso ou temer reproche – a ponte silenciosa.

Sejamos ponte e estendamo-nos com alegria para todos os que estejam ao nosso redor.

Que bela ponte foi o querido Chico Xavier, unindo dois mundos através de sua mediunidade bendita.

Quantos corações consolados… Quantas mentes esclarecidas com a realidade do mundo espiritual, que coexiste com o nosso, desde sempre.

Serviu sorrindo e amando cada ser que atravessava por ela.

* * *

Ponte silenciosa,

no esforço fiel e ativo,

é um apeloà lei de amor,

sempre novo, sempre vivo.

Vendo-a nobre e generosa,

servindo sem altivez,

convém saber se já fomos

como a ponte alguma vez.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 36, do

livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake.

Em 01.10.2012.

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