A Caridade

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A Caridade

Quando reflexionamos a respeito da caridade, lembramos das palavras do espírito André Luiz que disse: que devemos analisar o que damos para que possamos avaliar o que receberemos. Quando nos arvoramos a fazer o bem e queremos receber o reconhecimento,queremos a troca,que a sociedade nos cobra e o nosso ego também nos pede. Os grandes sábios e filósofos de todos os tempos eram indiferentes a essas honrarias. Buda aconselhava seus discípulos: vivam ocultando suas grandes obras e exibam seus pecados. Tal ensinamento não é exclusividade do Budismo.No novo testamento, o Mestre Jesus dá um exemplo de completa humildade pessoal e em momentos decisivos do Evangelho,recusa-se a fazer milagres ou demonstrar os seus poderes mesmo sabendo que por isso seria torturado até a morte.

O maior desafio da maturidade é aprender a interpretar corretamente os valores essenciais da vida e é uma aprendizagem que nunca termina,porque temos os dois polos da nossa natureza humana,o material e o espiritual,embora, haja uma luta acirrada entre espírito e matéria, é uma luta necessária para que diante das tarefas da vida e do progresso possamos estabelecer uma perfeita harmonia e equilíbrio entre eles. As palavras bonitas do moralista que fala,muitas vezes não se identifica com o moralizador que faz, que age,pois há quem conhece a palavra, a letra, mas desconhece a vivência, pois, as palavras podem se transformar como folhas soltas que se perdem ao vento, mas, a ação, essa deixa a sua marca para sempre. O grande desafio do homem é viver de tal forma que o seu exemplo seja um Evangelho que as pessoas possam estudar. Mas a grande decepção que sofremos é quando a nossa consciência dispara o alarme fazendo acender a luz que nos mostra o abismo existente entre as nossas palavras e as nossas ações. E há uma narrativa que ilustra a necessidade da nossa preparação moral e espiritual como primeira preocupação do ser humano.

Certa vez um jovem muito rico procurou um sábio e lhe pediu um conselho para orientar a vida. O velho sábio o conduziu até uma janela e perguntou-lhe:

– O que vês através dos vidros?

– Vejo homens que vão e voltam e um cego pedindo esmolas na rua.

– Então,o sábio mostrou-lhe um grande espelho e novamente interrogou.

– Olha nesse espelho e dize-me agora o que vês?

– Vejo-me a mim mesmo.

– Já não vês os outros. Repara que a janela e o espelho são ambos feitos da mesma matéria prima, o vidro,mas, no espelho porque há uma fina camada de prata colada no vidro, não vês mais do que a tua pessoa. Deves comparar-te a estas duas espécies de vidro. Pobre vias os outros e tinhas compaixão por eles. Coberto de prata, rico, vê apenas a ti mesmo. Tu só valerás alguma coisa quando tiveres coragem moral de arrancar o revestimento de prata que tapa os olhos, para poderes de novo ver e amar os outros. Quando Jesus disse: não amemos de palavra nem de língua mas por obra e em verdade. Foi com essa noção de caridade que o Mestre trouxe um novo elemento para resolvermos o problema da conquista do amor e Ele nos convida para que busquemos duas orientações precisas,uma, a de edificar o bem, a outra de que é preciso eliminar o mal e para sermos eficientes nesse empenho é importante que ao realizarmos o bem somos convidados a pensar no que falta ao nosso próximo e ao combatermos o mal possamos refletir do que sobra em nós. E Jesus com Sua essência divina e com Seu grito de mudança através dos Seus ensinamentos agiu como humano e Ele espera que nós humanos venhamos a agir como divinos a fim de que herdemos as suas qualidades espirituais,pois é o dom de amar que ilumina todas as percepções do bem no nosso coração.

Quando o sentimento de amor se apossa dos sentimentos humanos, ele espalha-se e dirige todas as formas de comportamento gerando uma saudável ligação entre as pessoas, para que os afetos do coração se multipliquem e que todos se ajudem reciprocamente contribuindo para a felicidade de uns aos outros. Continuemos plantando por onde passarmos, sem medida,sem restrições, sem inveja,sem ciímes, sem barreiras ideológicas ou familiares aquela semente que o meigo Rabi da Galiléia nos deu pronta para semear: o amor.

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