Irmão José
O processo de transformação espiritual é lento; como tudo o que acontece na natureza é obra de paciência. Nada se improvisa. Ninguém se renova de um dia para outro ou mesmo de um ano para outro.
A renovação intima é obra demorada, que acontece através de perseverantes e repetidos esforços.
Ninguém se acredite ser o que ainda não é e ninguém espere dos outros o que ainda não consegue oferecer à expectativa alheia.
Em imprescindível que o espírito combata, sem tréguas, a si mesmo, corrigindo-se, pacientemente, nos menores deslizes, porque somente policiando os seus pensamentos considerados insignificantes e as suas reações tidas por desprezíveis, é que o espírito irá se fortalecendo na resistência contra a tentação que, em síntese, é fruto de suas próprias imperfeições – com trabalho paciente, como paciente é o trabalho do escultor que transforma em anjo a pedra bruta, como paciente é o trabalho da bordadeira que entretece no linho os mais perfeitos diagramas e como paciente é o esforço da árvore que, primeiro, produz flores para, depois, produzir frutos.
Ninguém desanime, porém; ninguém se entregue ao desalento ou desista de si mesmo! O trabalho da renovação interior é como se fora o trabalho da construção de um edifício: primeiro, o alicerce; depois, as paredes e o teto. Se essa primeira fase é relativamente rápida, a segunda, a fase do acabamento da construção moral do ser, é mais longa, exige habilidade, serviço especializado, bom gosto, apuro…
Muitas vezes percebemo-los desanimados diante das fraquezas que lhes são próprias; tristes diante dos equívocos que cometem no cotidiano… É que muitos de nós outros acreditamos trazer o Evangelho no coração quando, na realidade, apenas ainda o carregamos nas mãos…
Compreendamos! Tenhamos paciência. Não critiquemos. Sejamos indulgentes e esforçados, perseguindo o objetivo sem esmorecimento.
Que a paz do Senhor nos envolva e nos possibilite seguir sempre adiante na realização do melhor, nem que a caminhada para diante aconteça conosco como a caminhada do caracol que, a custo, arrasta sobre as costas o seu próprio fardo!…
Irmão José
Carlos A. Baccelli
Mediunidade Corpo e Alma