DESENCONTROS DE AMOR – Casamento 1.67/5 (3)

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Você deseja noções, Meu caro Luiz Heitor, De como se vê no além Os desencontros de amor.
Vejo agora que você Tocando nessa questão, Anota como se deve A Lei da Reencarnação.
Se o estudo sobre a Terra Fosse a luz de toda gente A vida de cada um Surgiria diferente.
Muitos renascem no corpo Para renúncia e serviço, Mas depois, de passada a infância Não querem nada com isso.
Principalmente em matéria Do amor que salva e ilumina, Quando se perde a cabeça, Lá se vai a disciplina.
Se nós amassamos todos, Segundo o amor de Jesus, Tudo seria na Terra Bondade, alegria e luz.
O amor, no entanto, entre os homens, Tem força de correnteza E o sexo lembra um rio Que precisa de represa.
Se uma afeição de outras vidas Vem, de novo, ao nosso olhar, A condição em que esteja É uma lei a respeitar.
Pode-se amar a pessoa Em bases de estima e fé, Como se guarda uma flor Que não se arranca do pé.
Mas muita gente no teste, Reencontrando um ser amado Desgoverna-se de todo, E deixa o dever de lado.
Se a criatura cai nisso, Olvida o senso comum, Menospreza o compromisso, Não aceita aviso algum.
Abandonado o programa Que se trouxe o renascer Os males que surgirão Ninguém consegue prever.
É muito amigo da vida Procurando o próprio azar, Há muito drama no mundo Que precisamos lembrar: Maricota matou João E deu-se ao Natividade, Mas João hoje é filho dela Sem justa necessidade.
Carolino suicidou-se Largado por Florisbela, Que não pode ser de Antônio Por ver o morto atrás dela.
Antero morreu por Joana Pois Joana deu-se ao Benfica, Antero voltou aos dois É o filho que os crucifica.
Quitéria arrasou Belinha Para dar-se ao Gil Cascudo, A vítima renasceu…
É a filha que a fere em tudo.
Cervino acabou com Cláudio Conquistando Dona Elisa, Mas morto regressou…, É o filho que os escraviza.
O triângulo afetivo Que não se forma, a contento, Termina sempre na vida Em trio de sofrimento.
Se você gosta de alguém, Mas já não está sozinho, Cultive o amor dos irmãos, Não complique o seu caminho.
Você faça o que quiser, Liberdade é cousa santa, Mas não se esqueça, meu caro: Cada qual colhe o que planta.
Se você apenas luta Por desejo e tentação, Separação não se entende, Divórcio não tem razão.
Cumpra o dever que abraçou Alegre, forte, sereno, O sexo com remorso É melado com veneno.
Recorde o antigo provérbio De valor singelo e raro: “Quem a paca cara compra, pagará a paca caro”.
Espírito: Cornélio Pires Médium: Francisco Cândido Xavier Livro: Retratos da Vida –– pág.68)

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