A mente é um dínamo que, de certo modo, não nos pertence.
Contudo, o seu bom funcionamento requer a nossa participação ativa e constante.
O que não nos pertence é a sua existência e a sua mecânica.
Se quisermos paralisar alguns mecanismos da mente, por menores que sejam, não o conseguiremos, pois isso é plano de Deus e a Ele é permitido fazer o que quer, pois é a autoridade suprema em todas as direções do micro e do macrocosmo.
Mesmo na criação das ideias, a nossa influência é limitada e controlada por leis inacessíveis às nossas sensibilidades.
Se assim não fora, passaríamos para a ordem de escravizados diretamente, e não sentiríamos a livre escolha, não acreditaríamos no livre arbítrio.
Somente espíritos de alta hierarquia têm dons desenvolvidos para perceber a vontade de Deus através dessas leis, sem se aventurarem no que devem ou não fazer.
Nas entrelinhas do Evangelho, encontramos essa verdade, quando Jesus preceitua: Só faço a vontade de meu Pai que está nos céus .
A liberdade, do ponto de vista total, nunca existiu e jamais existirá.
O estudioso da verdade chega, com o tempo, a uma equação divina, em que somente fazemos a vontade de Deus.
A nossa vontade é passageira e errónea.
É, porém, um exercício de utilidade,a nos mostrar o caminho certo.
Com o tempo, deixamos, mais ou menos, de ser escravos do erro, para sermos fiéis conscientes à lei.
Nunca deixaremos de ser governados.
A criação mental depende, em parte, do nosso esforço, que deve ser feito com amor, com alegria.
No entanto, até para isso precisamos da chancela do tempo, que nos revela a maturidade espiritual.
O progresso não depende dos homens, nem de espíritos desencarnados.
Ele é Deus presente em toda a parte.
A alma inteligente, dotada de um raciocínio altamente esclarecido, procura fazer o seu dever com o máximo de perfeição, sem se aborrecer, nem dar-se à intolerância para com as suas irmãs de caminho, cultivando a humildade em todos os percursos por onde anda.
Quem consegue criar mentalmente a paz e viver mais ou menos nela, está nascendo de novo, para nova vida.
Quem consegue criar na mente o amor, e viver mais ou menos nele, compara-se ao pinto, quando começa a quebrar a casca do ovo que lhe serviu de casulo, enxergando, pelo esforço, uma nova dimensão de vida.
Quem se esforça na serenidade, constantemente, seja qual for o problema, está se auto-sugestionando, doutrinando a mente a criar pensamentos positivos, para garantir a tranquilidade do amanhã.
Esforço algum ficará só.
Plantamos a semente dada pelo Divino Agricultor e Ele se encarregará de fazê-la germinar pelas bênçãos do tempo.
Não somos criadores de nada, mas herdamos o dom da co-criação, com a ajuda permanente do Supremo Arquiteto do Universo.
A nossa mente é um microcosmo, é uma área infinita, é uma lavoura de proporções indescritíveis.
E tudo nos é dado para cultivar esse campo sem limites.
Se quiserdes experimentar, começai hoje mesmo.
Se as vossas forças vos proporcionarem ensejos de melhora, avançai, que não estareis sozinho na luta.
É certo que encontrareis dificuldades sem conta, todavia, paralelamente, cercar-vosà uma multidão de mãos operosas, que obedecerão à vossa disposição.
E se perseverardes na obediência à lei, essa mesma lei vos garantirá a vitória.
A – 55 – vossa felicidade depende de vós, porque a parte de Deus já está feita em vosso favor.
Andai, que os caminhos já estão abertos.
Respirai, que o ar já se encontra em torno de vós.
Falai, que o som viajará sem a vossa intervenção.
Ê senti o Senhor em todo o vosso trabalho, que sereis feliz.