Já aconteceu de você se olhar no espelho e não se reconhecer?
Teve dificuldade em aceitar aquela imagem refletida, muitas vezes castigada pelas marcas dos longos anos de vida ou por cicatrizes que o tempo desenhou?
Não se preocupe, não se trata de um desequilíbrio ou transtorno.
Não, você simplesmente pode estar estranhando o fato de que por dentro, você é uma pessoa e por fora, no mundo tangível, o mundo das formas, é outra.
Essa é uma das consequências de estarmos encarnados, vestindo um corpo material, que nos serve durante um tempo para cumprirmos determinados objetivos, mas que se deteriora, que tem vida útil.
Importante sempre lembrar que você não é seu corpo.
Você se utiliza dele para estar aqui, para agir no mundo.
Ele é importantíssimo, fundamental, mas, é apenas uma roupa.
Procure não se identificar demais com ele.
Assim, quando os traços da velhice se apresentarem, inevitáveis, entenda que é o corpo que está colhendo os frutos do tempo, não é você, Espírito Imortal, que está perdendo a vitalidade.
Entenda que quando os músculos não responderem mais com o mesmo vigor dos tempos de juventude, e tudo parecer mais lento, não é você, alma Imortal, que está ficando para trás.
É apenas o veículo corporal, que tem ciclo marcado com ascensão, ápice e queda.
Você, a essência verdadeira, não necessita perder o ânimo, a vitalidade, as forças.
Pelo contrário.
Quanto mais experiência ganha a alma, mais vigor moral, mais pujança de vontade ela pode ter e demonstrar.
O que acontece é que, ainda muito ligados à matéria, misturamos as coisas.
Se não temos mais beleza, não podemos ser felizes, não podemos mais ser aceitos pelos padrões do mundo exterior.
Se pensarmos dessa forma, murchamos com o corpo.
Envelhecemos a alma.
Se não podemos mais realizar certas atividades, que exigiam energia explosiva, altas cargas de resistência física, então não servimos mais, não somos bons o suficiente.
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Esse mundo cruel, de valores cruéis, fomos nós mesmos que criamos.
Vejamos quantos tipos de energia existem.
Quantos tipos de trabalho e força criativa podemos encontrar em a natureza.
Por que apenas os jovens e impetuosos devem ser cultuados? É porque nossos valores estão doentes, estão trocados.
Não vivemos como Espíritos que vestem corpos, mas como corpos que, vez ou outra, lembram que têm uma essência Imortal.
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Você não é seu corpo.
Lembre sempre disso, embora deva respeitá-lo e cuidar dessa máquina fabulosa para que ela lhe proporcione tudo que pode lhe dar.
A imagem no espelho é uma das máscaras que vestimos.
É uma casca.
O seu eu verdadeiro está em algum lugar, entre o fundo do seu olhar e o invisível, o intocável.
Não se deixe impressionar em demasia pelas marcas do corpo.
Não se deixe desestimular pelas limitações que ele pode apresentar.
Limitações essas que foram escolhidas e necessárias para essa sua fase de provas e expiações.
Não se julgue pelo corpo.
Não deixe que o corpo seja uma barreira.
Você é mais do que ele.
Somos muito mais do que ele.
Redação do Momento Espírita
Em 2.
8.
2021