Quando a pandemia se instalou, de repente, a insegurança tentou se aninhar em nosso ser.
Confiantes, porém, de que tudo, neste imenso Universo de Deus, está certo, confiamos.
Confiamos que isso, como tudo, nesta Terra, passará.
Talvez demore alguns meses.
Meses que nem sabemos ainda como iremos superar.
Desconhecemos o que nos reserva o amanhã.
Mas, confiamos.
Confiamos em Deus, em Jesus, nosso Governador Planetário, nas leis divinas que tudo regem com sabedoria.
Isso passará, como passaram outras calamidades.
Enfrentamos duas terríveis guerras mundiais, a explosão de bombas atômicas, os desastres das usinas nucleares.
Tudo nos parecia, quando ocorreu, que jamais superaríamos.
Mas superamos.
Crescemos em ciência, em tecnologia.
Também em moralidade.
Na atual pandemia, que abraçou o mundo inteiro, sem exceção, sentimos o quanto somos frágeis.
E, mais uma vez, constatamos que, por mais que o queiramos, não podemos ter o controle de tudo.
Então, nos isolamos, como medida preventiva, para evitar ainda mais a disseminação da doença tão insidiosa.
Isolados, voltamo-nos para a tecnologia.
E nos servimos das redes sociais para nos comunicarmos.
Utilizamos plataformas diversas para nos encontrarmos de forma virtual.
As reuniões esparsas, de início, foram adquirindo um tom de cidadania diária.
Reuniões com amigos, com familiares, com companheiros da profissão, do trabalho voluntário.
Passamos a tratar de quase tudo em reuniões virtuais.
Bate-papo informal, troca de receitas, sugestões para entreter as crianças que também ficaram em casa.
Acabaram-se nossas idas ao cinema, com pipoca e refri.
Acabaram-se nossos passeios nos bosques, agora fechados ao público.
Acabaram-se nossas idas ao shopping, o peregrinar pelas lojas, o comprar roupas e calçados novos.
Saídas de casa somente para as questões prioritárias: o trabalho profissional indispensável à sociedade, a aquisição do alimento, da medicação, do combustível.
Passados tantos dias, acabamos por nos dar conta de que o que temos de mais precioso, além da vida, é o amor.
Estamos sentindo falta do abraço forte, dos encontros com os amigos, todos juntos, sentindo o calor do outro.
Sentimos falta de ir ao templo religioso, sentimos falta daquela atmosfera de paz que nos envolvia, mal adentrávamos pela porta.
Sentimos falta dos almoços em família, com a criançada correndo para todo lado, o vozerio de todos falando quase ao mesmo tempo.
Sentimos falta do bate-bola com os amigos, na pracinha ao lado de casa.
Demo-nos conta, enfim, de que estamos aprendendo o que realmente importa para nossas vidas: o amor que partilhamos, a companhia do outro, o abraço amigo, o trabalho voluntário.
Descobrimos que podemos ficar sem tantas coisas.
Mas, como nos faz falta a liberdade de ir e vir, de andar pelas ruas, com sol ou com chuva.
De convidar amigos para nossa casa, de promover encontros, simplesmente para nos abraçarmos e conversarmos sobre o que faz a nossa felicidade.
Ah, quando passar esse flagelo mundial, haveremos de viver de forma diferente.
Aguardemos, confiantes, esses dias do amanhã.
Redação do Momento Espírita.
Em 4.
8.
2020