A cada dia, a vida se renova.
Distraídos, ignoramos o que nos é ofertado a cada amanhecer, em vinte quatro horas que se repetem e se repetem.
O sol nasce e se põe sem que vejamos nisso alguma magia ou beleza.
Botões se entreabrem nos jardins, nas ruas e nas praças, sem nenhum aplauso da nossa parte.
Flores deixam cair as suas pétalas, colorindo o chão e nós simplesmente pisamos sobre elas, sem nos permitir sentir o perfume ou observar as cores.
Frutos chegam à nossa mesa sem nos darmos conta do cheiro, sabor, cor e texturas que possuem.
Quase sempre os mastigamos e engolimos, enquanto nossa mente anda distante.
O ar que inalamos, em todos os lugares, todos os dias, entra e sai de nossos pulmões sem qualquer movimento de gratidão ou louvor ao Criador.
A água que chega em nossas torneiras abastecendo o lar e saciando a nossa sede, é sorvida com automatismo.
Não nos encantamos com a preciosidade desse líquido ou pela forma como nos chega das fontes, dos rios, dos reservatórios.
No céu, cores se revezam desde a aurora até o final da tarde.
Pássaros cantam nos diversos caminhos por onde transitamos!
Os mares beijam as praias, o planeta abraça os oceanos e esses abraçam com carinho os continentes!
Lagos espelham o céu azul!
Cachoeiras cantam melodias inigualáveis, sonoras e belas!
Pequenos córregos e riachos declamam versos em delicadas poesias.
Fontes cristalinas solfejam acordes!
Chuvas amenas ou torrenciais surgem para promover a renovação do solo, das plantas, além de operarem modificações positivas nas energias que se concentram em certos lugares e regiões.
Ventos e tempestades tentam estabelecer algum diálogo conosco e não vemos nem ouvimos nada.
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Animais nos fazem companhia.
Dotados de sensibilidade e também de uma centelha espiritual, ajudam a dar sentido aos nossos dias.
Quase sempre, não correspondemos ao que nos oferecem.
Seguimos surdos e cegos para essa linguagem divina, inarticulada e estranha para nós.
Há uma necessidade de renovação em toda a Humanidade!
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A mensagem trazida pela pandemia é clara, mas requer sensibilidade, olhos de ver, ouvidos de ouvir, coração para sentir, além de mãos para agir.
Temos sido cristãos sem Cristo e esse paradoxo precisa ser resolvido para que tenhamos uma nova família, uma nova sociedade, um novo governo, uma nova Humanidade.
Nada disso será possível sem a gestação e o parto de um novo ser humano: fraterno, solidário, amoroso e gentil com todos os seres da Criação: vegetais, animais e homens.
Um ser que saiba respeitar, conviver e aprender com as diferenças, sem aceitar injustiças.
Que a parada destes dias nos remeta a reflexões mais profundas que aquelas costumeiras.
Deixemos de agir apenas como consumidores, atendendo a necessidades importantes e necessárias, mas que não são suficientes para a construção de um mundo com mais compartilhamento e menos acumulação.
Precisamos de mais cooperação e menos competição.
Um mundo com mais nós e menos eu.
Redação do Momento Espírita, com base no
texto Renove seu olhar, de Cezar Braga Said.
Em 8.
6.
2020.