Nossas marcas – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Todos deixamos marcas no mundo.
Podem ser bem maiores do que nós.
Ou talvez minúsculas, mas as deixamos.

Luminosas, boas, inúteis ou ruins, depende de cada um de nós.

Por isso, é bom nos examinarmos, ante o panorama da vida que, por mais se alongue, é extremamente curta.

No jornal da manhã, descobrimos que morreu o jornalista cujas crônicas, debates e declarações acompanhamos por anos.

Nem nos déramos conta de que ele tinha mais de oito décadas de existência.
Era tão presente em nossas vidas, nas redes sociais, no seu blog, na televisão.

Ele se foi.
Na homenagem que lhe foi prestada por colegas e famosos, uma frase constante: A vida é muito curta!

O interessante é que somente tomamos ciência disso quando alguém importante, para nós, desaparece do cenário da Terra, retornando à pátria verdadeira.

É quando registramos as marcas que esse alguém deixa no mundo e as admiramos.
E quando nosso coração já registra saudades, nos cabe uma dupla análise.

A primeira é olhar em nosso entorno, para os próximos mais próximos e descobrir quem deixou ou está deixando marcas profundas em nossas vidas.

Alguns registramos um pai muito querido, sempre presente.
Um pai que nos ensinou a identificar pé de fruta – laranja, limão, pitanga, manga – pelo cheiro ou formato das folhas.

Um pai que nos ensinou a nos interessarmos pelas pessoas.
Um pai que nos deu dicas especiais a respeito de como sermos bons motoristas.

Um pai que nos deixa usar o seu carro.
Um carro antigo, sempre muito bem cuidado.
Limpeza diária, nunca permitindo que o nível do tanque de gasolina fique baixo.

O carro deve sempre estar pronto, disponível.
Nunca se sabe quando se pode ter uma emergência em nossa casa ou no vizinho.
– É o seu comentário.

São marcas dessa qualidade que nos assinalam a existência e nos definem como seres mais humanos, mais atenciosos para com o outro.

Marcas que nos fazem saudar o sol com a alegria de quem agradece o estar vivo, não importa se morando em uma cidade esplendorosa ou no sítio distante.

Naquele, onde os vizinhos mais próximos são os pássaros, as águas cantantes e o arvoredo que balança os galhos, se espreguiçando, depois do descanso noturno.

Marcas deixadas por chefias, que nos mostraram como trabalhar é edificante.

Como aquele desembargador que mantinha, sobre sua mesa, um aviso importante: Quando vier me trazer um problema, traga também a solução.

Marca inigualável de alguém que exigia o máximo de si, mas lecionava que cada um, naquele setor, era responsável pela harmonia do todo.

E, ao menos uma vez na semana, não importando o número de processos ou deliberações que o envolvessem, ele fazia uma pausa para ir de mesa em mesa, por todos os departamentos, para oferecer seu sorriso e seus cumprimentos aos seus colaboradores.

Marcas de responsabilidade.
Marcas de amizade, marcas de sabedoria.

Agora, vem a segunda análise: que marcas estamos deixando no mundo para os que vivem ao nosso redor, para os que apenas passam por nós, para nossos amores?

Pensemos a respeito.
Que sejam, especialmente, marcas de honra, honestidade, amor.

Redação do Momento Espírita

Em 14.
4.
2022.

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