106 – O ESPÍRITA NA MULTIDÃO
O espírita cristão, porque busca realmente compreender Jesus e raciocinar no Evangelho, é alguém sob regime de
fiscalização permanente. Daí procedem as múltiplas contradições nas criticas que recebe.
Habitualmente, se é generoso, a multidão em torno dirá dele: é perdulário. Se economiza: é avarento. Se mantém a
disciplina: é ditador. Se não observa condições e horários: é irresponsável. Se diligencia renovar as normas conhecidas:
é revolucionário. Se conserva os padrões de hábito: é inerte. Se usa franqueza: é descaridoso. Se contemporiza: é
hipócrita. Se brinca: é irreverente. Se chora: é obsesso. Se comunicativo: é estouvado. Se discreto: é orgulhoso. Se
estuda intensivamente:é afetado. Se estuda menos: é ignorante. Se colabora com afinco na assistência social: é
santarrão. Se coopera menos na beneficência de ordem material: é preguiçoso. Se revela ardente fervor nas convicções:
é fanático. Se analisa, como é necessário, as instruções em andamento: é um céptico. Se trabalha com grande número de
pessoas: é demagogo. Se trabalha em ambiente restrito: é insociável.
Efetivamente, a multidão é nossa família e nada justificaria qualquer propósito de nos distanciarmos dela, a pretexto de
superioridade individual. Somos claramente chamados a servi-la. Com ela e por ela, é que também nos despojaremos
das imperfeições que nos marcam a vida. Ainda assim, conquanto amando-a e abençoando-a, não nos seria lícito
esquecer que ela própria, um dia preferiu Barrabás a Jesus, em lamentável engano. Atentos a isso, onde estiveres e
como estiveres, coloca-te acima das opiniões humanas, e serve a Jesus servindo à multidão, ofertando à seara do bem o
que fores e o que tiveres de melhor.
Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: “Renovação e Paz” – Edição ?