As quatro estações da vida – Redação do Momento Espírita 5/5 (2)

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Você já notou a perfeição que existe na natureza? Uma prova incontestável da harmonia que rege a Criação.
Como num poema cósmico, Deus rima a vida humana com o ritmo dos mundos.

Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores.
Tudo é festa.
A pele é viçosa.
Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil.
Tudo traduz esperança e alegria.

Delicada primavera, como as crianças que encantam os nossos olhos com sua graça.
Nessa época, tudo parece sorrir.
Nenhuma preocupação perturba a alma.

A juventude corresponde ao auge do verão.
Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais.
O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.

Os jovens acreditam que podem todas as coisas, que farão revoluções no mundo, que corrigirão todos os erros.

Trazem a alma aquecida pelo entusiasmo.
São impetuosos, vibrantes.
Seus impulsos fortes também podem ser passageiros.
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como as tempestades de verão.

Mas a vida corre célere.
E um dia – que surpresa – a força do verão já se foi.

Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência.
É a chegada do outono.

Nessa estação, a palavra é plenitude.
Outono remete a uma época de reflexão e de profunda beleza.
Suas paisagens inspiradoras – de folhas douradas e céus de cores incríveis – traduzem bem esse momento de nossa vida.

No outono da existência já não há a ingenuidade infantil ou o ímpeto incontido da juventude, mas há sabedoria acumulada, experiência e muita disposição para viver cada momento, aproveitando cada segundo.

Enfim, um dia chega o inverno.
A mais inquietante das estações.
Muitos temem o inverno, como temem a velhice.
É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.

Época de recolhimento? Em parte.
O inverno é também a época do compartilhamento de experiências.

Quem disse que a velhice é triste? Ela pode ser calorosa e feliz, como uma noite de inverno diante da lareira, na companhia dos seres amados.

Velhice também pode ser chocolate quente, sorrisos gentis, leitura sossegada, generosidade com filhos e netos.
Basta que não se deixe que o frio enregele a alma.

Felizes seremos nós se aproveitarmos a beleza de cada estação.
Da primavera levarmos pela vida inteira a espontaneidade e a alegria.

Do verão, a leveza e a força de vontade.
Do outono, a reflexão.
Do inverno, a experiência que se compartilha com os seres amados.

A mensagem das estações em nossa vida vai além.
Quando pensar com tristeza na velhice, afaste de imediato essa ideia.

Lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera.
E tudo recomeça.

Nós também recomeçaremos.
Nossa trajetória não se resume ao fim do inverno.
Há outras vidas, com novas estações.
E todas iniciam pela primavera da idade.

Após a morte, ressurgiremos em outros planos da vida.
E seremos plenos, seremos belos.
Basta para isso amar.
Amar muito.

Amar as pessoas, as flores, os animais, os mundos que giram serenos.
Amar, enfim, a Criação Divina.
Amar tanto que a vida se transforme numa eterna primavera.

Redação do Momento Espírita.

Disponível no CD Momento Espírita, v.
13, ed.
FEP.

Em 12.
4.
2023.

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