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Nenhum médium é orientador-mor da casa espírita. Ele não é infalível e os espíritos que se expressam por seu intermédio ainda não são conhecedores da verdade integral.
Não deve, portando, o medianeiro extrapolar de suas funções,tanto quanto possível evitando se imiscuir nos assuntos de ordem administrativa,e nem colocar a sua mediunidade a serviço da curiosidade dos dirigentes que desejam abordar o Mundo Espiritual na solução dos impasses que surgem.
A mediunidade deve ser um fator de crescimento para o grupo, não centralizando decisões e transferindo responsabilidades.
Os Espíritos Amigos não se envolvem nas questões que competem aos integrantes da equipe cabe-lhes desenvolver o bom senso, dialogando fraternalmente na exposição transparente de suas idéias. As orientações espirituais neste sentido,quando acontecem,são sempre de ordem geral, e , da parte dos espíritos esclarecidos,jamais descem a detalhes onde o excesso de palavras anula a ação.
Não se deve marginalizar a opinião do medianeiro em assuntos administrativos, mas, por outro lado, dele não deve ser a íltima palavra.
Imaginemos a casa espírita onde nada se fizesse sem que o médium, guindadoà condição de oráculo, fosse consultado…A mediunidade é assessoria espiritual a que se deve recorrer quando estritamente necessário,sob pena de banalização.Os Espíritos Superiores não existem para substituir o esforço humano, e a mediunidade não tem a função de isentar o homem das experiências que necessite vivenciar.
Espíritos desencarnados dominadores estimam controlar o grupo em suas decisões, desde , é evidente, que encontrem no instrumento mediínico a ressonância indispensável.Médiuns personalistas, com extrema facilidade concedem passividade aos espíritos centralizadores.Associam-se em seus propósitos,assumindo grave responsabilidade pela manipulação psicológica do grupo..
Neste sentido, seria mesmo interessante que o medianeiro, evitando ser manipulado por dirigentes inescrupulosos, por outro lado se eximisse de aceitar qualquer cargo de direção, limitando-se a cumprir com a sua tarefa de médium.
Muitos medianeiros se perdem quando aceitam, de encarnados e desencarnados, as sugestões que lhes excitam a vaidade, induzido-os a pretender posição de liderança no movimento, ou esta ou aquela condição de relevo no templo espírita.
A sintonia com o Mundo Espiritual Superior carece de ser acalentada; se o medianeiro interessado em melhores contatos psíquicos não conceder espaço mental para as idéias que deseja intermediar, as suas faculdades não se verticalizarão…
A influência do trabalho do médium no grupo a que se vincule acontecerá naturalmente, desde, é claro, que as suas consequências morais se façam sentir.
Quando sincero, o medianeiro irradiará as suas vibrações convincentes que, através do exemplo nobre, terminarão por se impor sem que, na maioria das vezes, as palavras articuladas sejam necessárias. Nenhum discurso mais eloquente do que o da própria conduta!
Que medianeiro algum pretenda o poder, revivendo as experiências infelizes do pretérito quando, em outra roupagem física, estimava a presença de vassalos aos seus pés.
Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.