O homem é habitualmente cheio de desejos, projetos e sonhos.
Na busca da felicidade, sempre parece lhe faltar algo.
Pode ser dinheiro, raramente considerado suficiente.
Ou uma relação amorosa, cuja ausência causa amargor.
Por vezes a própria aparência física não satisfaz e isso gera desconforto.
Ordinariamente, sempre há alguma coisa em falta, no balanço do viver humano.
Não há nada de errado em ter desejos e sonhos.
O problema reside em não valorizar o que se tem e em achar que a plenitude reside no que falta.
A Espiritualidade Superior ensina que a existência terrena assemelha-se a um curso de aperfeiçoamento.
As condições de vida de cada um guardam relação com suas necessidades de aprendizado.
Enquanto a lição não for assimilada, ela continuará a ser repetida.
Assim, importa não desperdiçar os tesouros que batemà porta.
Por vezes, eles chegam em embalagens pouco atraentes.
Mas sempre representam uma oportunidade de aprendizado e libertação.
O familiar carente e enfermo é uma dádiva na vida de quem necessita aprender a ser abnegado.
O colega difícil afigura-se uma bênção para o carente de tolerância
As dificuldades financeiras trazem a preciosa lição da frugalidade.
Situações de desvalimento propiciam o aprendizado da humildade.
A ausência de um afeto profundo traz o ensinamento da continência e da sublimação.
A saíde frágil chama a atenção para a transitoriedade da vida humana e para a importância de se espiritualizar.
As experiências dolorosas em geral convidam a desenvolver empatia por quem sofre.
A desencarnação de um familiar ou amigo funciona como um convite para estender os laços da fraternidade.
Em tudo, há um aprendizado a ser feito.
A natureza da lição que se apresenta revela em quê reside a carência espiritual.
É no embate de cada dia que as lições de que se necessita lentamente chegam.
Importa não desperdiçá-las, enquanto se sonha com o impossível.
É bom sonhar, planejar e buscar, mas sem angístia.
Os sonhos precisam ser embalados pela confiança na Providência Divina.
O homem é livre para querer, apenas não deve se amargurar pelo que demora ou não se concretiza.
No contexto de uma vida terrestre, há sonhos que não podem se tornar realidade.
Ocorre que a experiência terrena, por longa que se afigure, sempre chega ao fim.
Então, será feito um balanço das bênçãos recebidas e de sua utilização, a benefício da própria paz.
Mais feliz será quem mais tiver aprendido com o que lhe coube viver no mundo.
Já aquele que desperdiçou suas oportunidades terá de repeti-las.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 31.03.2011