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A capacidade para manter o senso de humor nas mais variadas oportunidades resulta do amadurecimenÂto psicológico, propiciador da aquisição de valores reÂlevantes para o perfeito equilíbrio existencial.
Poder encarar as situações vexatórias sem revolta nem autocompaixão, considerando-as fenômenos naÂturais do processo evolutivo, identificar-se humano e passível de todas as ocorrências, aceitar com bom huÂmor os acontecimentos inusitados e permitir-se sorrir de si mesmo, dos equívocos cometidos e dispondo-se a repará-los, constituem conquistas do auto-amor.
O amor, no seu elenco imenso de expressões, susÂtenta o senso de humor, facultando ao indivíduo possiÂbilidades enriquecedoras, dentre as quais a alegria da vida como quer que esta se apresente, a compreensão das falhas alheias e próprias, a coragem para repetir as experiências fracassadas, até alcançar o êxito e, sobreÂtudo, o preenchimento dos espaços íntimos com realizações edificantes.
A perda do senso de humor, entre outras causas, resulta do estresse e da amargura, do desgaste das emoÂções e do vazio existencial, colimando em condutas pessimistas, caracterizadas pela revolta sistemática, a agressividade diante de quaisquer incidentes, ou pelo desânimo, pelo desinteresse em torno das ocorrências. Descaracterizam-se então, os valores perante si mesmo, e as aspirações cedem lugarà acomodação rebelde, conspirando contra as estruturas íntimas.
O senso de humor estimula ao prosseguimento dos objetivos, vencendo dificuldades e obstáculos com o otimismo de quem confia em si, nas próprias possibiliÂdades e na capacidade de renovar-se para não estacioÂnar. Trata-se de um parâmetro para aquilatar-se a conÂdição em que se encontra e as disponibilidades ao alÂcance para vencer.
A criança, porque ainda não impregnada dos vícios sociais e das lutas malsucedidas, expressa com naturaliÂdade o seu senso de humor, de confiança nos adultos e nas coisas que a cercam. O discernimento advindo dos fatores domésticos e sociais altera-lhe essa faculdade esÂpontânea tomando-a,às vezes, dissimuladora, interesseiÂra, hábil na forma de conduzir-se para agradar.
É indispensável a aceitação do propósito de agraÂdar-se também, desde que disso não decorra qualquer tipo de prejuízo para si ou para as demais pessoas.
O idealista e o esteta, o santo e o artista, o poeta e todo homem de bem possuem apurado senso de huÂmor que os motiva a insistir e a ambicionar conseguir a meta que perseguem, alegrando-se no que realizam, e quando algo não correspondeàs aspirações acalentaÂdas ou resulta negativo, ao invés de perturbar-se, ou lamentar, ou desistir, aprendem com o erro um método que deve ser alterado, porque não os levou ao ponto estabelecido.
Este senso de humor constitui riqueza íntima que se deve cultivar sob qualquer circunstância, rejubilanÂdo-se com ele e exteriorizando-se onde se esteja, a fim de melhorar os relacionamentos interpessoais, as realizações e favorecendo os resultados de todos os empreÂendimentos.
A vida moderna, com as suas sofisticadas exigênÂcias, propicia muitos conflitos que podem ser evitados mediante a autoconsciência e a vivência do senso de humor, isto é, a forma natural e positiva para encarar as ocorrências do cotidiano. Não se trata do humor que decorre do anedotário, da chalaça, da momice, dos reÂlatos pejorativos e de sentido pífio. Mas, dessa autêntiÂca jovialidade para compreender-se e compreender aos demais, encarando a existência com seriedade, mas sem carranca, com alegria, mas sem vulgaridade, emocioÂnalmente receptivoàs lições e complexidades dos proÂcessos da vida.
A perda desse sentido mergulha o indivíduo no fosÂso da autodestruição, que arquiteta, conscientemente ou não, como fuga existencial ou capricho infantil, de quem sente falta da mãe superprotetora, anteriormente encarÂregada de solucionar todos os problemas do filho, o que deu surgimentoà insegurança, ao desequilíbrio, não lhe permitindo o desenvolvimento psicológico.
A aquisição como a preservação do senso de huÂmor tornam-se essenciais para a vitória do homem soÂbre os conflitos modernos e o direcionamento para a conquista da plenitude.
Joana de Ângelis – Psicografado por Divaldo franco