O Trabalho Espírita
No ambiente de trabalho profissional, as pessoas esforçam-se para mostrar sua competência e empenho individual para os colegas e superiores, a fim de serem reconhecidas profissionalmente, com a ambição de galgarem melhor lugar nos planos de cargos e salários oferecidos pelas diversas áreas profissionais. Pois quem não aparece não é lembrado , como diz o ditado popular.
Em âmbito profissional esta prática é saudável, se, obviamente, não acompanhada dos exageros e das competições desarrazoadas com os demais colegas. Afinal, como tudo neste mundo, para ser ítil deve ser pautado na moralidade e honestidade.
Contudo, meus irmãos, o trabalho Espírita tem conotação diferente do trabalho profissional. Neste, priorizamos nosso reconhecimento profissional junto aos colegas, patrões, clientes, concorrentes, etc, ao passo que naquele não devemos primar a promoção pessoal, não devemos aparecer como autores do bem praticado, pois, somos apenas instrumentos do Divino.
Nos sentimos personagens do espetáculo, mas nunca devemos esquecer que nos bastidores estão os muitos trabalhadores (soldadinhos como nós, habitantes da espiritualidade), os diversos mentores e amparadores e o divino mestre Jesus em nome do nosso Deus, o fabuloso Regente do Universo.
Não devemos tentar aparecer mais que nosso colega, pois fazemos parte de uma equipe, e cada um tem sua importância, sua habilidade e sua missão. No tabuleiro de xadrez cada peça se movimenta de forma e direções diferentes, para JUNTAS cumprirem seu objetivo.
Devemos, sempre, nos policiar para não deixarmos contaminar pelo ORGULHO e pela VAIDADE, sentimentos vis que corroem a personalidade e o equilíbrio do trabalhador espírita.
Não nos adianta parecermos bons aos olhos das pessoas, se intimamente nutrirmos a maledicência, o orgulho, a arrogância, enfim se semearmos pensamentos e atitudes destrutivas, fatalmente colheremos dor e sofrimento.
Ademais, Temos que ter consciência que o nosso trabalho não é caridade , na expressão pura da palavra.
Pergunto-lhes: Em nosso plano físico, quando pagamos uma dívida antiga a um credor que nos é paciente, praticamos caridade? Não! Cumprimos, apenas, com nossa obrigação.
Em verdade, irmãos, quando fomos convocados ao trabalho espírita, RECEBEMOS, e não oferecemos, a caridade. Uma vez que nosso débito é antigo, e nosso credor é extremamente paciente e nos foi incomensuravelmente benevolente a nos dar a opção de pagarmos com nosso trabalho, ao invés de pagarmos das mais variadas formas que vemos pelo planeta. A exemplo dos portadores de terríveis deformidades físicas.
Então meus irmãos, ao invés de achar que somos bons , que somos melhores que os outros por, pensarmos patrocinar a caridade, devemos é agradecer a todos que nos dão a oportunidade de pagarmos parcos centavos de nossas dívidas com nosso humilde trabalho.
Devemos, ainda, ter consciência que o conhecimento não nasce conosco, e a aprendizagem é um processo lento e paulatino, que requer determinação e disciplina. Então, dito isso, podemos facilmente compreender que o fato de ter nascido com mediunidade apurada, não significa conhecer a doutrina. Aqueles que pensam já saber, fatalmente serão vencidos pelos eternos alunos, pois não buscam por novos conhecimentos, enquanto estes aprendem a cada dia, nutrindo em seu âmago a sede pelo conhecimento.
E não pensemos que é suficiente, somente, o conhecimento para a tão famigerada Reforma Ãntima. Atingi-la é muito mais difícil. Não basta SABER , é preciso conjugar na profundeza d ™alma os verbos SENTIR , pra depois SER e consequentemente o FAZER .
A máxima a quem muito for dado, muito será cobrado , também serve para o conhecimento. Nós, espíritas, devemos nos preparar, ainda mais para as cobranças, pois nos é dado a essência da criação, pelos muitos ensinamentos ao nosso redor.
Ser médium, não significa, necessariamente, ser energeticamente positivo, o que determina a força energética é nossa carga de conhecimento, equilíbrio e controle, ao passo que a polaridade positiva ou negativa é determinada por nossos pensamentos, palavras e, principalmente, atitudes. E, infelizmente, pecamos muito nestes íltimos. Criticamos, julgamos e condenamos uns aos outros a todo momento e nem mesmo nos damos conta.
Sempre, meus irmãos, somos agraciados pela espiritualidade com mensagens ou conselhos construtivos, por via das palestras e outros meios, e ao invés de tirarmos a venda dos olhos e nos redimirmos, simplesmente não damos a mínima, entra por um ouvido e sai pelo outro ou pior, nos melindramos e pecamos ainda mais.
E lembremos: Deus é misericordioso, mas acima de tudo é justo!
Pensem nisso.
Leonardo Fallaci