Feliz de quem desperta cedo para o dia espiritual, e tem noção da grandiosidade do Universo.
Só ante a grandeza do todo se pode compreender a parte.
Só dentro da humanidade se pode compreender o homem.
É por isso necessário ter nítidos conceitos
e situar-se de acordo com a realidade.
Quem acorda para o excelso plano etéreo pode entender o que se passa no seu próprio íntimo, e no dos demais que o cercam.
Como pode alguém conhecer o que se passa no íntimo alheio se nem conhece a si mesmo? A observação sempre diz grandes lições aos ouvidos avisados.
É no convívio atento que se aprende a discernir a natureza humana, suas grandezas.
Sabe-se o que se pode
esperar de cada um, sem ir além da natureza.
Estar inserido na totalidade do cosmos é auferir bênçãos de sutil entendimento.
Nada se acrescentará a quem ainda está dentro.
Ele então poderá sair de si, ao encontro dos demais mortais.
Seu olhar será abrangente e cheio de sabedoria.
Não mais se fechará em suposta superioridade.
Saberá que é apenas um “igual”, com os mesmos anseios e as mesmas ignorâncias.
E, ao aprimorar-se, vai despertando para novas visões e tarefas humanitárias.
Quando se percebe a grandiosidade do todo, percebe-se também o precário evoluir pessoal, e deseja-se mais e mais a completude, a exaltação das virtudes, a anulação dos mais simples defeitos.
Essa é a tarefa do existir: limar, aplainar arestas, tornar luzidio o contorno de cada um.
Mas, só quem se deixa apanhar docilmente é então burilado e pronto para estar nas mãos da perfeição e confiar plenamente no sucesso espiritual.
A grandeza da Totalidade é exercer profunda ação transformadora em cada um e no mundo.
Não te apegues às aparências.
Vai fundo à raiz da certeza e teu espírito há de viçar em flores e frutos de luz.