No injusto processo de julgamento e condenação, Pôncio Pilatos indagou a Jesus se ele era rei dos Judeus.
O Mestre, entendendo a limitada percepção e visão dos homens, relativiza a resposta.
Não nega Sua realeza, mas responde que Seu reino não é deste mundo.
E complementa: Se o meu reino fosse desse mundo, os meus servos batalhariam para que eu não fosse entregue aos Judeus.
O meu reino não é daqui.
Ao responder, dessa forma, para o governador da Judeia, Jesus traz a síntese do caráter de Sua proposta.
Ele nos ensina que Sua realeza é de cunho espiritual.
O sentido figurado de reino e realeza, presentes na fala do Cristo, não se vinculam às conquistas materiais, tronos, joias ou terras.
A realeza à qual Ele se refere está na posse dos valores espirituais, da nobreza da alma, dos tesouros do coração.
Sabe Jesus que a vida terrena é passageira, e que todos carregamos nossos feitos, positivos ou não, ao retornarmos ao mundo espiritual.
Assim, Sua fala está voltada para a vida futura, para o ser espiritual que somos todos nós.
Embora nunca tenha negado as necessidades e desafios da vida terrena e as responsabilidades naturais do mundo, nos convida a aprofundar nosso entendimento a respeito da própria vida.
Dai a César o que é de César, afirmou Ele, entendendo que todos temos compromissos com o mundo material, e por eles nos devemos responsabilizar.
Porém, sem a compreensão da continuidade da vida após a morte, será muito difícil entender as propostas de Jesus.
Analisemos: não necessariamente somos bem-aventurados na Terra ao sermos mansos, pacíficos ou ao termos sede e fome de justiça, conforme Ele proclama no Sermão da Montanha.
Podemos ainda fazer outra reflexão: qual a validade de amar aos inimigos como Jesus nos convida a fazer?
Ou ainda, qual a finalidade de orar por aqueles que nos perseguem, conforme leciona o Mestre?
Precisamos ter em mente que todas as orientações do Amigo Jesus são para o Espírito imortal que somos.
Ao nos esforçarmos para conquistar essas virtudes, o coração se enche de tesouros importantes.
E, como Ele mesmo nos ensinou, onde estiver nosso tesouro, aí estará igualmente o nosso coração.
Jesus leciona Imortalidade, em cada ensino, em cada conselho, em cada parábola que encontramos nos Evangelhos.
O grande desafio para cada um de nós está em construirmos essa compreensão da nossa Imortalidade.
Analisemos os porquês daquilo que nos sucede, sejam as dores, os reveses, as dificuldades, ou mesmo as alegrias e conquistas.
Confrontemos qualquer dessas situações com a proposta de Jesus.
Veremos que o Seu olhar transcende o momentâneo, o imediato.
Por isso, aprendamos a agir de forma mais correta.
Se a cada situação que nos alcança, procurarmos considerá-la como oportunidade de aprendizado, mudaremos nossas ações.
A partir disso, veremos a cada dia, chances maiores para irmos construindo o reino de Deus em nós.
O reino que não tem aparências exteriores porque Ele está dentro de nós.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no
Evangelho de João, cap.
18, versículos
34 a 36.
Em 22.
5.
2020
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