Do lado de fora do Palácio da Justiça, na cidade de Lyon, na França, uma escultura chama a atenção.
Denomina-se o Peso de si mesmo e representa um homem de pé, carregando outro homem, inanimado, nos braços, parecendo ter sido salvo de um afogamento.
O que causa estranheza é que, para quem quer que preste atenção, constatará que os rostos dos dois personagens são idênticos.
Segundo alguns, o significado primeiro é que o homem veste seu duplo, tornando-se seu próprio salvador.
Igualmente seu próprio fardo.
No entanto, muitas considerações podemos extrair a partir da visualização da escultura magnífica.
Podemos cogitar que cada um de nós precisa ter consciência de que deve enxergar seu próprio caminho.
Ninguém poderá nos emprestar seus olhos e sua mente.
Viver é de cada um, o que fazer das nossas horas, dos tantos anos que nos serão dados neste bendito lar, escola, hospital.
Se resolvermos ficar imóveis, nada fazer, nem estudar, nem trabalhar, ficaremos estagnados porque ninguém poderá se ilustrar, aprender e produzir por nós.
O trabalhador é digno do seu salário, asseverou Jesus, garantindo o justo mérito a cada um.
Em termos humanos, podemos até burlar a lei, apanhar o que não nos pertença.
Jamais, porém, perante a Lei Divina que tudo sabe, tudo vê.
O que quer que, eventualmente, usurpemos de outrem, precisaremos devolver, mais cedo ou mais tarde.
Eis aí o grande papel das vidas sucessivas, que nos permitem devolver ao erário, ao particular, o que, em certo tempo, usufruímos, de forma indevida.
E, como o amor cobre a multidão de pecados, conforme os registros do apóstolo Pedro, em sua Epístola, poderemos devolver salvando vidas através da educação, da instrução, da devolução real pelo nosso próprio esforço.
Como somos herdeiros de nós mesmos, as falhas leves ou erros graves, que cometermos, serão de nossa competência exclusiva.
Dessa forma, ninguém, a não ser nós mesmos deveremos pagar por eles.
A Justiça Divina estabelece, sabiamente, que A cada um será dado conforme as suas obras.
Podemos herdar fortuna dos nossos pais, podemos receber bens materiais presenteados por alguém que nos queira bem.
Mas, os valores morais, o acervo intelectual ninguém no-los poderá emprestar ou ceder.
Temos, portanto, a liberdade de agir, de ir e vir, de pensar, de tomar decisões próprias.
A salvação deve se iniciar por nós mesmos, enxergando nossos erros, nos modificando, e nos transformando em seres melhores.
Isso nos garante melhores condições sobre a Terra.
Não necessariamente materiais, mas de caráter íntimo.
Ou seja, nos sentirmos felizes conosco mesmos, pelo bem realizado, pela cota de bênçãos ofertada.
Fomos criados por amor e a perfeição é a nossa meta final.
Todos, sem exceção, deveremos chegar lá.
Alguns vamos de mãos dadas, auxiliando-nos mutuamente e chegaremos antes.
Outros, que preferirmos ir por caminhos escusos e sozinhos, demoraremos mais tempo.
Portanto, mãos à obra.
Hoje é o tempo de fazermos o melhor para que o peso de nós mesmos seja de coisas positivas, grandiosas, benéficas para a nossa e as vidas alheias.
Redação do Momento Espírita, com citação
do vers.
8, do cap.
4 da 1ª Epístola de Pedro;
do vers.
7, cap.
10 do Evangelho de Lucas e do
vers.
27 do cap.
16, do Evangelho de Mateus.
Em 25.
10.
2021.