O Mestre dos mestres, em discurso aos Apóstolos, se declara: Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.
Assim se identificou.
Assim viveu.
É sempre no atendimento ao outro que encontramos Jesus.
Às margens do mar da Galileia, em casa de Pedro, convidado a banquetes em casa de Simão, o ex-leproso, de Levi, ou de Zaqueu, Ele sempre é aquele que serve.
Serve aos convivas, com Seu verbo esclarecedor, não perdendo oportunidade de elucidar as mentes privilegiadas da época.
Ou o povo simples das estradas, dos montes e das planícies da Pereia, da Galileia, da Judeia.
De Suas mãos se projetavam fluidos curadores, beneficiando a enfermos, liberando-os de suas mazelas físicas.
Orientando-os, no entanto, para que alterassem a sua forma de viver para que nada pior lhes viesse a acontecer.
Com a Voz de Pastor do imenso rebanho terreno, Ele consola aqui, esclarece ali, ilumina adiante.
Enquanto todos seguem o ritual da ceia, Ele é aquele que se dispõe a lavar os pés dos Seus Apóstolos, ensinando que nenhuma tarefa é indigna da mais nobre personagem.
E O vemos desfilar, sereno, acima das calúnias que O desejam atingir.
Ele prossegue, tranquilo, pleno de luz.
Com Ele aprendemos que o bem proporciona paz de Espírito, alegria de viver.
Aprendemos que o bem, em primeira instância, faz muito bem a quem o pratica.
É a sabedoria do Mestre nos lecionando não somente o amor ao outro, mas sobretudo a nós mesmos.
Fala-se que, quando se realiza um ato benévolo, temos liberação de ocitocina, hormônio que causa bem-estar, um neurotransmissor da felicidade.
Podemos reconhecer quanto isso é verdadeiro, quando fazemos algo, sem intenção alguma de agradecimento ou qualquer retorno do beneficiado.
Sentimo-nos quase eufóricos.
Alegria de fazer algo útil, de produzir o bem.
Ouvimos, certa feita, o relato de um rapaz que estava em uma cafeteria.
Ali, no balcão, ele saboreava, lentamente, o seu café.
Uma grande tristeza lhe ia na alma, misturada com uma saudade indescritível.
Nesse dia, se completavam exatos dez anos da partida de sua mãe para a Espiritualidade.
Ele sentia uma vontade imensa de poder tornar a abraçá-la.
Nisso, teve a sua atenção atraída para três senhoras que entraram e ocuparam uma das mesas da cafeteria.
Ele as olhou e pareceu-lhe ver sua própria mãe em uma delas.
Sua postura, sua fisionomia lhe lembrava a mãe querida.
De imediato, teve vontade de pagar café para as três senhoras.
Levantou-se, dirigiu-se à mesa e, com delicadeza se apresentou, dizendo que pedia licença para lhes oferecer um café.
Explicou do decênio sem sua mãe e que uma delas, mais especialmente, a lembrava.
A senhora se levantou e, para sua surpresa, confidenciou:
Rapaz, você parece meu filho, que morreu há uma semana.
Permita-me abraçá-lo.
Enlaçados, misturaram suas lágrimas e sua emoção, dividindo saudades.
Por vezes, detemos algum gesto desse tipo, temerosos de sermos mal interpretados.
Permitamo-nos distribuir o bem, delicados, atenciosos.
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Redação do Momento Espírita, com transcrição
do Evangelho de Lucas, cap.
22, vers.
27.
Em 14.
9.
2022.