Gente humilde – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Quando se pensa em homenagens, de um modo geral, se focalizam pessoas de destaque.
Pessoas que realizaram grandes feitos, que influenciaram ou influenciam comunidades.

Pessoas que fazem a diferença no mundo.
Pessoas cuja atuação, nas ciências, nas artes, na política, foi decisiva para a alteração de quadros tristes na face da Terra.

Contudo, existem outras tantas e especiais criaturas que merecem a mais profunda homenagem.
Mães que saem à luta, todos os dias, para conseguir o pão honrado para seus filhos.

Pais que abraçam as madrugadas, antes que o sol desperte, para garantir a moradia modesta, o livro e o caderno para o filho se ilustrar.

Jovens que abandonam seus próprios sonhos para apoiar a existência de irmãos menores, providenciando-lhes o alimento, a escola, o agasalho.

Tantos heróis.
Anônimos.
Passam por nós todos os dias.
Servem-se do transporte urbano, do metrô, sempre lotados.

Enfrentam filas no mercado popular, no armazém da família, no posto de saúde.
No cansaço do rosto, levam a esperança de que o amanhã raiará mais risonho e menos difícil.

Prosseguem sem trégua porque do seu esforço e da sua faina dependem outros preciosos seres ao seu coração.

Não são notados.
São eles que mantêm a limpeza das ruas das grandes cidades, das nossas casas.

São os que chegam à nossa residência e nos garantem a casa limpa, a roupa lavada e passada, a comida sempre à hora certa.

São os que erguem moradias, mesmo que não sejam eles a ocupá-las.
São os que providenciam as estradas planas mesmo que não tenham carros para nelas transitar.

São os que diligenciam o pão quentinho, nas manhãs, mesmo que em sua casa somente se sirva o pão amanhecido.

Tantos trabalhadores.
Tantas criaturas das quais dependemos, todos os dias.
E que movimentam a máquina comercial, empresarial, a indústria.
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Irmãos nossos.
Muitos deles quase invisíveis ao nosso olhar.

Com certeza, para eles é que compuseram Chico Buarque de Holanda e Vinícius de Morais a música Gente humilde, imortalizada por inúmeros cantores.

É uma constatação de uma realidade que se vive.
Também uma grande homenagem a esses tantos que lutam, bravamente, todos os dias, com a dignidade de quem tem consciência do próprio valor.

Pessoas que despertam o dia, alimentam as horas com seu trabalho e garantem a sua subsistência e de quem mais lhes compartilhe a vida:

Há certos dias em que eu penso em minha gente, e sinto assim todo o meu peito se apertar.

Porque parece, que acontece de repente, como um desejo de eu viver sem me notar.
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Igual a como, quando eu passo no subúrbio, eu muito bem, vindo de trem, de algum lugar.
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Aí me dá, uma inveja dessa gente, que vai em frente, sem nem ter com quem contar.

São casas simples com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima que é um lar.

Pela varanda flores tristes e baldias, como a alegria que não tem onde encostar.

E aí me dá uma tristeza no meu peito, feito um despeito de eu não ter como lutar.

E eu que não creio, peço a Deus por minha gente.
É gente humilde, que vontade de chorar.

Redação do Momento Espírita, com versos da

música Gente humilde, de Chico Buarque de

Holanda e Vinícius de Morais.

Em 6.
3.
2023.

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