Um amigo na prateleira – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

Acompanhando a marcha das civilizações, há um parceiro do homem que se mantém em silêncio majestoso, sempre à disposição.

Anotou-lhe as dúvidas acerca da natureza.

Guardou seus mais íntimos segredos.

Embalou suas noites, narrando-lhe histórias e contos de reinos distantes.

Provocou novos pensamentos, incitou ideias revolucionárias, retirando o homem de seu estado de inércia intelectual.

Estimulou a elaboração e declamação de poemas.
Em suas pautas, o músico encontrou o ritmo certo e a melodia contagiante.

Esse amigo preservou até receitas caseiras na área da gastronomia.

Garantiu que o porvir conhecesse o passado.

Conviveu com sábios e ignorantes, letrados e aprendizes, mestres e missionários.

Fez-se guardião seguro de segredos religiosos, doutrinas secretas, conhecimentos avançados da astrologia e da astronomia, fórmulas matemáticas e infusões no campo vasto da fitoterapia.

Preservou segredos e famílias.

Narrou as desgraças humanas e anotou suas epopeias heroicas.

E, apesar da chegada dos meios virtuais e utensílios digitais, resiste no seu formato tradicional e pode se fazer companheiro de viagem a qualquer momento.

Falamos do livro, esse viajor das eras e testemunha muda da História humana.

Sócrates não escreveu nenhum.
Tudo que se sabe do velho mestre ateniense vem das anotações de seu discípulo Platão.

Homero, muito antes, descreveu em dois poemas, Ilíada e Odisseia, episódios significativos da vida grega e seu relacionamento com outros povos.

O sábio egípcio, Hermes Trismegisto, deixou seus célebres pensamentos grafados nas páginas das tábuas esmeraldinas, enfeixando o notável conhecimento científico de seu tempo.

A Torá, em seus cinco livros bíblicos, traduziu para o mundo judeu o quanto Moisés dominava acerca do surgimento da vida na Terra e o aparecimento do Universo.

E quantas outras obras valiosas.
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Um destaque a quatro escritores diferentes que grafaram nas páginas da que ficou conhecida como “A Boa Nova”, tudo o quanto conhecemos sobre o Sublime Peregrino, nosso Mestre Jesus, que também nada nos deixou escrito.

Desde Seu chegar ao mundo numa madrugada fria, trazendo a lição da simplicidade; Suas primeiras pregações; o belo e inesquecível Sermão da Montanha, que resume toda Sua proposta para a Humanidade.

Tudo isso está lá.
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No silêncio incandescente dos livros em uma estante.

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Esse admirável amigo, muitas vezes, permanece imóvel na prateleira, aguardando ser consultado.

Dorme ali, coberto de poeira, esperando ser aberto para narrar uma história esquecida que poderá mudar nossas vidas.

É capaz de nos transportar, rapidamente, tanto para o passado, como para o futuro, assim como nos mostrar mundos que sequer imaginamos existirem.

É capaz de consolar num verso.
Acalmar numa frase.

Bem usado, pode nos libertar da ignorância.

Assim, perguntemo-nos: Como está nossa relação com os livros? Há quanto tempo não os consultamos?

Que tipo de leitura estamos oferecendo para nossa alma, sempre sedenta de conteúdos edificantes?

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em

mensagem do Espírito Marta, psicografia

de Marcel Mariano, em Salvador, Bahia,

em 28.
2.
2023.

Em 1º.
5.
2023