NOSSOS ACOMPANHANTES

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NOSSOS ACOMPANHANTES

É permitido ao homem receber, sem ser por meio das investigações da Ciência, comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos sentidos?

– Sim, se o julgar conveniente Deus pode revelar o queà Ciência não é dado apreender. (Questão nº 20 de O Livro dos Espíritos)

Em 1905, quando Albert Einstein publicou a Teoria da Relatividade, seus conceitos a respeito do Universo e das leis que o regem eram tão avançados, tão estranhos ao conhecimento existente, que muitos cientistas o julgaram um maluco.

Ele não se abalou, consciente de que o tempo se encarregaria de comprovar a exatidão de suas idéias. E o fazia com grande convicção, PRÓPRIA DE QUEM SABE.

Um dos princípios básicos da Teoria da Relatividade concebe algo espantoso – as ondas luminosas sofrem influência da gravidade. A luz de uma estrela, por exemplo, pode ser desviada de seu curso pela presença de outro astro nas imediações.

Em 1919, por ocasião de um eclipse solar no Brasil, cientistas de todo o Mundo puderam realizar observações telescópicas que confirmavam os raciocínios de Eisntein.

Quando amigos exultantes o procuraram para informar que sua teoria estava comprovada, o sábio sorriu:

– Eu não tenho necessidade de provas.

– Como chegou a essa certeza?

– Foi graças a uma maravilhosa experiência. . .

E Einstein contou que certa noite, após muito meditar a respeito dos insondáveis mistérios cósmicos, pensou em abandonar suas pesquisas. Sentia-se impotente para a tarefa de tal magnitude.

Então, aconteceu. . .

Uma visão de impressionante clareza e precisão:

Diante de seus olhos delineou-se a imagem perfeita do Universo. Qual se fora privilegiado espectador, observou extasiado seu funcionamento, sua complexa estrutura envolvendo espaço e tempo. Imediatamente escreveu, explicando minuciosamente o que lhe foi dado ver. Organizou mapas onde desenhou com a máxima exatidão todas as figuras astronômicas em suas diferentes movimentações, a fim de que pudesse formular sua teoria e torná-la compreensível.

A explicação de Einstein evidencia que ele foi decisivamente influenciado por orientadores espirituais que colaboram em favor do progresso humano.

Estamos todos a caminho da sabedoria e da angelitude, em eterno aprendizado. No desdobrar dos milênios sem fim, galgamos degraus nos domínios do conhecimento e da virtude, sempre acompanhados e inspirados pelos INVISÍVEIS.

Homens como Einstein favorecem um contato com Espíritos que se situam na vanguarda da evolução. Isto porque atingiram um patamar ideal em suas convicções, aliando uma grande inteligência a um profundo sentimento de religiosidade. É o que ele deixa transparecer quando afirma:

Chegamos a uma concepção da relação entre Ciência e Religião muito diversa da usual. . . Sustento que o sentimento religioso cósmico é a mais forte e mais nobre motivação da pesquisa científica.

Consideremos, neste particular, a Mediunidade, o sexto sentido que nos coloca em contato com o Mundo Espiritual, assim como o tato, o paladar, o olfato, a visão e a audição nos colocam em contato com o mundo físico.

Graças a ela estamos em permanente ligação com o Mundo dos Espíritos, em grau menor ou maior, de acordo com nossas necessidades e compromissos.

Idéias e impulsos que surgem a cada passo são, com frequência, fruto dessa comunhão.

É por não saberem lidar com esse intercâmbio que pessoas dotadas de sensibilidade experimentam aflições.

Imaginemos se todos fôssemos surdos e cegos. Um dia alguém começaria a ouvir sons variados. Isto lhe seria perturbador, até descobrir a utilidade de ouvir.

No Espiritismo há valiosos esclarecimentos sobre os Espíritos, ajudando-nos a definir a natureza dos SONS e IMAGENS captados via mediínica.

Foi como sensitivo, como médium, que Einstein teve a visão clara, objetiva, profunda, dos mecanismos do Universo, o que lhe permitiu afirmar que não precisava de provas. Ele SABIA.

O mesmo ocorre com o médium vidente. Um Francsico Cândido Xavier, que desde menino convivia com os Espíritos, dispensa provas. Ele os VIA.

Para o médium tais experiências evidenciam uma realidade espiritual tão objetiva quanto a visão de uma mesa. Ninguém precisa provar-me que ela existe. Eu a vejo e apalpo. Ouço os sons que produz quando lhe dou uma pancada.

Embora não de forma tão evidente como na experiência de Einstein, muitos cientistas e pesquisadores são inspirados por benfeitores espirituais, interessados em acelerar o progresso humano.

Missionários que vemà Terra com grandes tarefas, guardam bem nítidas suas vivências espirituais e são extremamente sensíveisà orientação de seus mentores.

É o caso do Dr. Inácio Felipe Semmelweis, que foi um dos pioneiros da assepsia na Medicina.

Em 1846, parturientes morriam como moscas, vitimadas pela febre puerperal, na Clínica de Obstetrícia do Hospital Geral de Viena.

Inácio Felipe não se conformava. Era absurdo que as pobres mulheres viessem a perecer justamente porque se internavam em um hospitalà procura de atendimento seguro.

Ninguém se preocupava com isso. A ínica exceção era o jovem médico. Com a determinação dos missionários que se sobrepõemàs limitações de seu tempo, procurava sem tréguas a solução para o problema.

Apoiado decisivamente pela Espiritualidade, intui a respostaàs suas indagações.

As parturientes contraíam a febre puerperal através dos alunos de medicina em estágio no hospital.

Após fazerem seus estudos de anatomia dissecando cadávares, passavam para a Clínica de Obstetrícia sem o elementar cuidado de lavar as mãos.

Eles próprios contaminavam as mulheres!

A partir dessa constatação, durante anos, Inácio Felipe lutou por convencer seus colegas de que era preciso aderirà assepsia eà higiene.

Ingrata tarefa daqueles tempos de pretensiosa ignorância!

Supunha-se, espantosamente, que quanto mais emporcalhadas as vestes e as mãos mais competente o esculápio!

Pasteur foi outro sábio que enfrentou o escárnio e a negação ao defender a idéia de que os processos fermentativos estão associadosàs enfermidades, mas insistiu em suas pesquisas e comprovações até convencer a comunidade científica.

Cristovão Colombo sentia, mais do que imaginava, que navegando em determinada direção encontraria terras novas e extensas. Uma temeridade, porquanto diziam os doutos que nos limites do conhecido havia um abismo que tragava navegantes audaciosos.

No entanto, tanto insistiu que obteve patrocínio para uma expedição que culminou com o descobrimento da América.

Sócrates, consciente da presença de um mentor espiritual, proclamava ter um gênio particular que com ele conversava e o orientava.

Somos todos assistidos espiritualmente.

Há apenas uma diferença:

Os grandes benfeitores da Humanidade, idealistas e devotados a sagrados propósitos em favor do semelhante, fazem-se seguir por Gênios do Bem que encontram neles a receptividade necessária para lançar idéias que aceleram o progresso em todos os setores da atividade humana.

Já o homem comum tende a cercar-se de Espíritos que guardam correspondência com suas tendências imediatistas.

O bebum é acompanhado por alcoólatras.

O fumante atrai amigos da nicotina.

O faminto de sexo liga-se aos viciados sexuais.

O violento é dominado por entidades agressivas.

O maledicente cerca-se dos gênios da discórdia.

O indolente associa-se aos representantes da preguiça.

Por isso, o Espiritismo sinaliza a necessidade de mobilizarmos nossas energias criadoras, nossos impulsos, na direção do auto-aprimoramento moral, livrando-nos das sombras para sintonizar com a Luz.

Alegria, equilíbrio, paz interior, são os frutos de nossa adesão aos valores mais nobres, tanto quanto desequilíbrios variados sustentam-se de atividades que não interessamà nossa economia espiritual.

O apóstolo Paulo, que sabia dessas coisas, recomendava aos companheiros, na Epístola aos Filipenses (4:8):

Tudo o que é verdadeiro,

Tudo o que é respeitável,

Tudo o que é justo,

Todo o que é puro,

Tudo o que é amável,

Tudo o que é de boa fama,

Se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja tudo isso o que ocupe o vosso pensamento.

[Richard Simonetti]

[Do livro: A Presença de Deus]

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