Reforma Ãntima
Quando a espiritualidade sublime te clareou por dentro, passaste mentalizar perfeição nas atitudes alheias. Entretanto,buscando aqui e ali, padrões ideais de comportamento, nada mais recolheste que necessidades e negações.
Irmãos que te pareciam sustentáculos da coragem tombaram no desânimo, em dificuldades nascentes; criaturas que supunhas destinadasà missão da benção, pela mísica de carinho que lhes vibrava na boca, amaldiçoaram leves espinhos que lhes roçaram a vestimenta;companheiros que se afiguravam troncos na fé resvalaram facilmente nos atoleiros da dívida, e almas que julgavas modelos de fidelidade e ternura abandonaram-te o clima de esperança, nas primeiras horas da luta incerta.
Sofres, exiges, indagas, desarvoras-te…
Trilhando o caminho da renovação que te eleva, solicitas circunstâncias e companhias em que te escores para seguir adiante; contudo, se estivesses no plano dos amigos perfeitos, não respirarias na escola do burilamento moral.
O Universo é governado por leis infalíveis.
Dai e dar-se -vos-á – ensinou Jesus.
Possuímos, desse modo,tão somente aquilo que damos.
Se aspiras receber a simpatia e a abnegação do próximo, começa distribuindo simpatia e abnegação.
O entendimento da Doutrina Espírita esclarece-nos a cada um que é loucura reclamar a santificação compulsória e,sim, que é dever simples de nossa parte operar a própria transformação para o bem, a fim de que sejamos para os outros, ainda hoje, o que desejamos sejam eles para nós amanhã.
É possível estejas atravessando a estrada longa da incompreensão, pedregosa e obscura.
Façamos, porém, suficiente luz no próprio íntimo, e a noite, por mais espessa, será sempre sombra a fugir de nós.
Nas esferas superiores, rogaste as oportunidades de trabalho que hoje te felicitam a senda.
Revisaste erros e acertos e,de alma confrangida no inventário das próprias culpas, suplicaste o recomeço na experiência terrestre.
Pediste o berço dorido, a fim de que os obstáculos do reinício te assinalassem os impositivos do reajuste, e achaste as provas da infância, que te serviram de ensinamento.
Pediste a carência dilatada, suscetível de arrancar-te a descontrolada paixão pelo desperdício, e acordaste no lar infestado de lutas, que te não deixa margem a fantasias.
Pediste recursos contra a vaidade que te petrificava os sentimentos no orgulho, e detiveste a condição social torturada e difícil que te obriga a entesourar obediência e conformação.
Foi inevitável o reencontro com as vítimas e os címplices das tuas ações reprováveis, de modo a resgatares clamorosos débitos contraídos, e recuperaste a companhia deles, na presença dos familiares-problemas e dos companheiros-enigmas que te compelemàs disciplinas do coração.
Solicitaste necessário remédio contra as inclinações infelizes que muitas vezes te situaram no desequilíbrio da emoção e da mente, e ganhaste a doença física transitória, que pouco a pouco, te infunde as alegrias da cura espiritual.
Estudantes na escola da Terra, todos imploramos aos instrutores da vida as riquezas da educação.
Contudo, em pleno curso do necessário aperfeiçoamento, choramingamos e reclamamos,à maneira de desertores inveterados.
Desconfia de todo amigo encarnado ou desencarnado que te alimente a ilusão com vantagens e privilégios, facilidades e louvaminhas.
Professor menos responsável, que favorece capricho e cola, a pretexto de amor, apenas consegue rebaixar o aprendiz a estragar a lição.(Do Livro: Seara dos Médiuns; Francisco Cândido Xavier/Emmanuel).