Condenação aos homossexuais
Na composição e fixação dos sexos,além do fator biológico visível,entram outros mais sutis e refinados,pois, acreditamos ser os sexos definidos muito mais pelo psiquismo.
O homossexualismo foi muito estigmatizado,acoimado e perseguido no passado.
Na Inglaterra medieval,era punido com quinze anos de penitências,o dobro da pena aplicada ao assassino.
Essas supostas maldições, determinados religiosos buscam no Genesis a base para hostilizar seus irmãos, como se determinadas opiniões fundamentalistas sejam de Deus.
Onde entra a Doutrina Espírita nessa polêmica? Quando reconhecemos que após o ano de 1973, a Associação Americana de Psiquiatria o retirou do rol de doenças mentais.
Em 1971, no programa Pinga Fogo, Chico Xavier explicou corajosamente.-Não devem ser essas condições da alma humana, ser interpretadas como fenômenos espantosos,atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal,aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos de nosso maior respeito.
Na semeadura, na tolerância e na defesa dos mais fracos, cabe ao Movimento Espírita, portanto, zelar pelo gigantesco nímero de pessoas que não se deixam guiar por dogmas da religião ou da ciência materialista.
A Filosofia do Espiritismo é baseada na observação científica dos fatos e não no radicalismo, no fanatismo que arruma meias-verdades. Quanto mais assumirmos em nossas vidas esse modelo de buscar conhecimento, quanto mais o divulgarmos essas informações libertadoras,do estudo de suas dimensões,as Leis de Deus, eternas e imutáveis presentes na própria natureza, mais estaremos acolhendo os espíritos encarnados que hoje perambulam entre o medo e a descrença.
A irracionalidade da argumentação religiosa é fato que não são poucos os que ainda estão nesse nível mais elementar de estágio evolutivo.
Ninguém melhor que o homossexual sabe dos seus gestos naturais e as suas formas de expressão que na condição de um ser social é um indivíduo que enfrenta todas as barreiras familiares,sociais,e culturais, travando verdadeiras batalhas íntimas,muitas vezes desaguando no suicídio.
Certa feita, uma criança hermafrodita ou de sexo não bem definido foi levadaà mesa de cirurgia de um hospital para corrigir a anomalia. Após minucioso estudo no seu corpo, a junta médica decidiu dar-lhe a definição feminina, já que assim indicava a predominância dos seus órgãos sexuais.A cirurgia foi um sucesso, porém, algum tempo depois, a criança percebeu que o seu psiquismo era francamente masculino e não queria ser mulher, onde nesse detalhe de substancial importância a junta médica não atentou, lamentavelmente a criança se suicidou.
Cada indivíduo é um universo diferente do outro,reconhecemos que na sua longa jornada evolutiva ele anima corpos de ambos os sexos, vivenciando experiências dos dois psiquismos, a fim de que o aprendizado seja completo. O Espírito que demorou várias encarnações num determinado sexo – e isso é o que parece ocorrer costumeiramente – ao transmudar-se para o outro sexo, possivelmente leva consigo registros recentes daquele psiquismo, que podem aflorar de maneira incontrolável.
Outro caso poderá ser o do indivíduo que desvalorizou e subjugou o sexo oposto e,para efeito pedagógico, propõe-se(ou é compelido) a reencarnar naquele sexo que vilipendiou.
Numa outra situação, o homossexual pode trazer a própria ancestralidade viciada,adquirida em abusos estupradores sofridos nas prisões,nas sacristias pedófilas e nos monastérios.
Todos os atos da vida, dos mais simples e aparentemente apagados aos mais complexos e valiosos, dos que contemplam acertos e desacertos, geram ou devem gerar alguma aprendizagem. Que tipo de aprendizagem a experiência homossexual, homoafetiva,poderá acrescentar ao cabedal evolutivo?
A pergunta que o assunto requer é esta: É lícito uma sociedade disfarçada de religiosa com algum crescimento em sensibilidade impedir que os nossos irmãos palmilhem os seus insondáveis caminhos, caindo aqui,levantando acolá,como, de resto, temos todos feito.
Por outro lado, temos o dever de jogarmos a luz do Evangelho sobre as trevas da ignorância que produzem a insensatez, a intolerância, a perseguição e a exclusão social de milhares de irmãos e irmãs, vitimados pelo preconceito e pela discriminação. Tudo isso, em nome de um deus feitoà imagem e semelhança do homem.
Nosso papel é reafirmar nossa aceitação da genética não como causa primária,mas apenas como mero veículo pelo qual se implementa o projeto da individualidade espiritual previamente preparado. Nossa tarefa é jogar o farol iluminado da razão sobre as sombras da ignorância, oferecendo a boa notícia, tendo como nosso manual de instruções os livros da codificação espírita, a começar pelo Livro dos Espíritos. Nosso paradigma é o do amor ensinado por Jesus que viveu intensamente aquilo que pregava, cujas palavras batemà porta da nossa consciência todos os dias.