A Dor

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A Dor “ breves considerações

Todos nós sentimos dor, seja ela física, emocional ou psíquica.

A dor física é aquela dor que sentimos por consequência das contusões ou traumas musculares, ósseos e de tecidos, por ocasião das diversas violências e mazelas físicas que estão sujeitos o corpo físico. Esta dispensa maiores digressões;

A dor emocional é aquela que sentimos de dentro pra fora. Aquela extraída do mais profundo âmago dos seres é, geralmente, sentida através do coração, está diretamente ligada aos sentimentos humanos e, mormente, alimentam os mais inferiores;

Ao passo que a dor psíquica é aquela tormenta que atinge o pensamento do ser, aquela que emana da mente, da razão, da voz interior, se não tratada a tempo ela se fixa na consciência astral que acompanha o ser por toda sua existência, é o desequilíbrio da energia ativa  que transcende os mundos. Esta energia  está para o espírito o quanto o cérebro está para o corpo físico, em grosseira comparação para fim didático. Contudo, podemos definir a Dor psíquica apenas como tormenta psíquica  ou perda da razão .

Pretendemos aqui tratar mais intimamente das duas íltimas.

Geralmente não desenvolvemos diretamente a Dor psíquica, ela, na maioria dos casos, é o resultado de uma cadeia involutiva de sentimentos. Esta involução pode, até mesmo, começar com uma simples dor física que se unida aos sentimentos inferiores, que tanto teimamos em cultivar, transforma-se na Dor emocional, que se alimentada com ódio, cólera, e, inexoravelmente, se transformará em uma tormenta psíquica, difícil de ser tratada, se tronando o estopim das obsessões cármicas.

Outrossim, a dor acompanha o ser desde sua criação, e são responsáveis por uma infinidade de acontecimentos vis que poderão reverberar por milênios na evolução espiritual, tanto de quem as alimenta, como também daqueles a quem são dirigidas. Lembrando que por via reflexa atingem, também, aos que estão ao nosso convívio, assim como os ligados magneticamente a nós, mesmo que distantes fisicamente, até mesmo os que habitam outro plano.

Assim, o sentimento Dor  coaduna com os mais estéreis sentimentos inferiores, não nos deixando pista de quem surgiu primeiro. Vezes sentimentos, tais como a inveja, o orgulho, a ambição, geram a Dor no próximo, vezes o sentimento de Dor os geram, percorrendo as vias sinuosas da vingança.

Destarte, devemos dar igual importância a outro sentimento, aparentemente inofensivo, que nos conduz, muitas vezes, a grandes erros, qual seja, o chamado Melindre . Este sentimento faz-nos sentir Dor , mesmo quando ninguém nos desejou, nem mesmo deu-lhe causa.

Diariamente transformamos uma furada de alfinete num golpe de pesada espada. Muitas vezes nos sentimos ofendidos, doloridos, por razões inexistentes. Criamos em nossa mente situações dolorosas, ofensivas para nós mesmos e imputamos os créditos de nos sentirmos assim, para o próximo que, em verdade, nada ou pouquíssimo contribuiu para nossa peleja. Esta falta é, ainda, mais nociva do que quando nutrimos a Dor , que injustamente nos foi imposta.

E, ainda, não podemos esquecer-nos da Dor  que nos vem por providencia, de forma digamos justa . Refiro-me ao pagamento de dividas passadas, das quais nos redimimos e aceitamos, eàs vezes até mesmo escolhemos tal malfazejo, entretanto não nos lembramos por força da sapiência Divina.

Por vezes cometemos o absurdo de culpar, até mesmo, Deus por nossas dores, muito comum na ocasião da perda de um ente querido, lamentamos muito e nos inquirimos os motivos de tamanha dor. Às vezes chegamos até em renegar Deus, questionando sua condição de patrono da Justiça. Entretanto, esta atitude alimenta ainda mais nossa dor.

Por isso, meus irmãos, que o sentimento chamado Dor  é tão forte e perigoso, e quando nutrido por mentes desviadas dos ensinamentos de Cristo é naturalmente ligado ao ódio e a vingança, e é este conjunto o maior responsável em alimentar todos aqueles processos obsessivos estudados e nos apresentados pelo saudoso Kardec.

E não esqueçamos que toda dor e sofrimento imposto ao ser humano serão revertidos em seu favor, se acompanhados pela resignação, arrependimento, perdão e pelo amor. Não é pecado algum sentir dor, mas é uma grande falta nutri-la e deixar a vingança nos dominar. Temos o livre-arbítrio e devemos usá-lo com equilíbrio e responsabilidade.

Lembremos da máxima Deus escreve certo por linhas tortas  e Deus sabe o que faz, nós que não sabemos o que falamos , Deus é amor e justiça e assim sempre será. Nós que somos imediatistas e não procuramos compreender além do que nosso olho físico consegue ver, sempre queremos as respostas de forma clara e rápida.

Ensinou-nos Jesus, devemos amar até nossos inimigos, e orar por eles. É extremamente difícil, mas é preciso ter fé e paciência, as respostas virão em tempo e de modo oportuno!

Leonardo Fallaci, junho de 2011.

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