A Mediunidade da Palavra – Carlos A. Baccelli/Odilon Fernandes 5/5 (1)

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Carlos A. Baccelli/Odilon Fernandes

Não nos esqueçamos de que somos todos médiuns da palavra, no cotidiano. Todos nós, normalmente quando na carne, exercemos a mediunidade da palavra.

A palavra é a materialização do pensamento, é o somatório do que se pensa e do que se sente. Através da palavra, influenciamos, induzimos criaturas à ação, criamos oportunidades… através da palavra, norteamos ou desequilibramos, elevamos ou rebaixamos, iluminamos ou obscurecemos.

Todos os homens estão no exercício legítimo da palavra. O verbo na criatura encarnada é o que mais trabalha… O homem faz mais com os lábios do que com as mãos, daí o significado e a importância de se selecionarem os assuntos para conversação do dia-a-dia. É a palavra que move o mundo – a palavra escrita, a palavra verbalizada, a palavra da imagem televisiva que se propaga a longas distâncias, a palavra das ondas hertzianas, a palavra no livro, no gesto, na atitude…

“No princípio era o Verbo”, ou seja, no princípio era a Palavra. Deus criou através da palavra: ” Faça-se a luz, e a luz se fez”… A palavra tem poder criador. A mediunidade da palavra extrapola qualquer outro dom medianímico… Pode mais, inclusive, que todas as faculdades mediúnicas reunidas, porquanto todas elas estão a serviço da palavra, que, por sua vez, está a serviço da ideia, da ideia do bem, do belo, da justiça, da ideia do que é nobre alto e digno.

Reflitamos nisto e não esqueçamos de que, em nossa motivação diária, estaremos através da palavra, à semelhança de um espelho, refletindo o que pensamos, o que intelectualmente se processa dentro de nós, o que concebemos, o que assimilamos.

Importante direcionarmos todo e qualquer assunto para o bem e não nos afastarmos da Verdade, nem que seja da Verdade transitória; já que estamos longe da Verdade absoluta, pelo menos sejamos fiéis à Verdade relativa e que a palavra pelo menos nos exteriorize a intenção correta em favor de todos.

O Evangelho surgiu através da mediunidade da palavra… Jesus conversando com o povo, esclarecendo, contando parábolas, fazendo citações.

Meditemos e nos consideremos todos, principalmente quando na experiência física, médiuns no constante exercício da palavra. O que estará a nossa palavra refletindo? Luz ou sombra? Estará a serviço do bem ou do mal? Qual é a nossa aspiração, o nosso objetivo? O que pretendemos? Já se disse, com razão, que a palavra é o nosso retrato sonoro… Pelo que dizemos, nos revelamos, porquanto a palavra é constituída de vibrações que vão além de si mesma e além do próprio cuidado com que emolduramos o pensamento através do vocabulário.

Carlos A. Baccelli

Odilon Fernandes

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