FLAGELOS – Emmanuel 4.67/5 (3)

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Emmanuel

Ante as calamidades que afligem a natureza, gerando o espetáculo deprimente

das provações coletivas, não te esqueças daquele mundo vivo que somos nós

mesmos, governados por leis que não poderemos trair.

Lembra-te de que todos os nossos desacertos na luta e deserções do dever

representam deplorável plantação de males em nossa rota.

A rendição ao vício e o culto da crueldade criam espessas nuvens de treva em

torno de nossos passos a rebentarem depois, em temporais de lágrimas, que

valem por destruidoras convulsões em nosso campo íntimo.

É por isso que a experiência atual para nós outros permanece juncada pelos

destroços de ontem, quando a nossa invigilância favoreceu na estrada que nos

é própria os flagelos morais que hoje nos patrocinam as dificuldades e os

sofrimentos.

Os obstáculos do templo familiar, impedimentos afetivos, os espinheiros

profissionais e os tremendos conflitos interiores que nos assomam à vida

constituem dolorosas reminiscências dos cataclismos da alma que nós mesmos

criamos.

Regeneremos, assim, o destino, suportando com heroísmo e serenidade o

inquietante reajuste de agora.

Achamo-nos à frente do passado que ainda vive em nós e, se nos propomos

alcançar o futuro de firmamento sem sombra em que desejamos viver, saibamos

carregar a cruz de provas e inibições que nós mesmos talhamos, a fim de que,

com ela e por ela, possamos proclamar perante a lei o nosso justo resgate,

garantindo, dessa forma, a posse de nossa verdadeira libertação.

Emmanuel

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