André Luiz
Ao findar o ano, você se debruça sobre projetos e sonhos para os dias vindouros.
Diz a si mesmo que nos próximos meses tudo será diferente.
Mais calma.
Mais tolerância.
Mais compreensão.
Mais trabalho.
Mais brandura.
Mais coragem.
Mais esperança.
Mais esforço.
Mais fraternidade.
Mais amor.
Você sonha e planeja com entusiasmo. Entretanto, – quase sem perceber de que maneira – sente que, pouco a pouco, opressiva tristeza inunda-lhe a alma.
Como se das flores de seus sonhos e projetos se rebentassem subitamente espinhos de amargas lembranças, você reflete que há muitos anos vem planejando realizações e reformas íntimas, sem atingir todos os objetivos propostos.
Você não se fez o apóstolo que projetara, nem se transformou no anjo de virtudes quanto sonhara. E mergulha no desânimo.
Jesus, porém, não exige trabalhadores com asas celestiais.
Pede seareiros responsáveis, capazes de enxergar as próprias falhas e por isso mesmo capacitado também a compreender as imperfeições alheias.
Busca discípulos leais e sinceros sem capas enganosas de santidade exterior, mas decididamente honestos para não misturarem, ao trigo evangélico, o joio mesquinho dos interesses pessoais.
Nesses dias que antecedem uma simples troca de números, que o calendário terrestre anuncia como Ano Novo, talvez você se coloque novamente entre a fantasia e o desânimo, mais uma vez sonhando e frustrando-se com pretensões ainda inatingíveis.
Contudo, Jesus espera de você apenas um ano de trabalho e dedicação, construção e esforço, na certeza de que somente a perseverança no bem dar-lhe-á coragem, paciência e compreensão para prosseguir no longo caminho do encontro com Deus.
André Luiz.