A energia sexual, em todos os níveis que se expresse, pois tal ocorre conforme o grau de desenvolvimento do Ser, flui das profundezes da alma e merece ser, esta energia, valorizada como atributo e aquisição do Espírito.
Os termos ou as palavras sofrem a ação do tempo e costumam mudar seu significado no decurso dos séculos. Amar, por exemplo, é um verbo que costuma ser, nos veículos de comunicação, utilizado como se significasse relacionar-se sexualmente. Embora os fenômenos do amor e sexualidade possam, perfeitamente, caminhar juntos, podem, muitas vezes, estar totalmente dissociados.
Assim, o verbo namorar deveria ser entendido – e conjugado – como o enlevo, o suave encantamento que une almas em busca da companhia almejada. Cria-se, assim, uma atmosfera psíquica eivada de perfumes energéticos imaginando-se o sonho da união estável. O namoro, nesse caso, é um diálogo de aproximação para o conhecimento mútuo, um diálogo também mental, emocional e energético que leva a apaixonado intercâmbio de sentimentos. Formas pensamento ou ideoplastias podem ser vistas, pois surgem na dimensão astral, elaboradas pelos pensamentos dos enamorados, ricos em projetos de vida em comum.
No entanto, o verbo namorar vem sendo conjugado pelo Ser humano de maneira muito diversa e diversificada. Passou, para algumas pessoas, ter conotação de intercâmbio sexual, vida a dois a título de experiência ou mesmo divertir-se usufruindo das iguarias do sexo sem o valor nutritivo do amor ou um senso mínimo de responsabilidade.
Verbos antigos, consagrados pela literatura, renasceram com distorções e deformidades de conceitos, frequentemente com sentidos dúbios e extensão mais ou menos comprometedora com a ética. “Ficar” é um desses verbos. Há o “ficar” que significa estar com outra pessoa, até recém-conhecida, trocando carícias sem existir um sentimento que aproximaria suas almas, até o “ficar” que significa ter uma relação sexual com um conhecido recente ou não, neste caso o “ficar”, pode acabar em gravidez precoce, indesejada, com as consequências que todos conhecemos.
O desconhecimento da existência do transcendental, a falta de informação dos valores associados a sexualidade, a desinformação sobre a intensa troca de energias que se opera no intercâmbio sexual, ou seja, a ignorância da existência do extrafísico, facilita o contato sexual desvinculado dos sentimentos.
A energia sexual é um combustível fabuloso que o homem pode utilizar para sua felicidade e seu crescimento espiritual, sem se privar do prazer que o sexo oportuniza. A queima indevida desse combustível, em quaisquer se suas faixas, seria o desvio do caminho e perda de possibilidades aquisitivas que toda essa energética específica pode propiciar.
Dr. Ricardo Di Bernardi é médico homeopata, pediatra, palestrante espírita e autor de vários livros.