Estamos ouvindo um companheiro em sofrimento externando a própria dor através das lágrimas e aqui estamos com a nossa palavra de fé e de incentivo ao trabalho de uma casa espírita, que, assim, pode ser comparada a um hospital erguido entre dois lados Vida…
Desencarnados enfermos e encarnados doentes, todos, ao mesmo tempo, necessitando do concurso do Divino Médico… Mas os enfermeiros, por vezes, também adoecem os médicos, não raro, igualmente, são pacientes; todos somos necessitados de tratamento dentro desse grande hospital…
Às vezes, temos a impressão de que estamos em pleno campo de batalha: granadas e metralhas, companheiros feridos, esvaindo-se em sangue, fraturas expostas… Precisamos de amparo mútuo, aquele que possui o movimento das pernas pode carregar aquele que, ferido, se arrasta. E o que está ferido nas pernas, se ainda enxerga, pode guiar quem teve a visão prejudicada…
Aparemo-nos uns aos outros, compreendamo-nos nas fraquezas que nos dizem respeito, entendamos a necessidade individual de aprimoramento e nos esforcemos pelo melhor no cotidiano.
As dificuldades existem, existirão sempre, a luta prosseguirá… Vez por outra, podemos escutá-los refletindo no silêncio do próprio recolhimento: – Meu Deus, por que tantos conflitos?!…
Saibam que quem não incomoda não é incomodado; quem não incomoda o mal não é incomodado por ele; o acomodado permanece inerte, no lugar que lhe diz respeito…
Reparemos a história do Cristianismo… Séculos de intrigas, de lutas, ambição pelo poder, sempre o interesse de alguns prevalecendo sobre o de muitos, o interesse do Senhor sendo postergado… Interesses que, infelizmente, ainda prevalecem sobre os interesses divinos… Se não interesse material, emocional; se não interesse emocional, intelectual, se não intelectual, interesse social… Deturpamos as palavras, desvirtuamos assuntos, interpretamos de forma equivocada, induzimos a falsas deduções…
Fomentamos a discórdia, melindres e nos consideramos isentos, livres de qualquer responsabilidade… Padecemos da Síndrome de Pilatos: pedimos a bacia com água para lavar as mãos; mergulhamos mãos sujas em águas barrentas…
Compreendamos, de forma superior, os acontecimentos; preservemos a obra defendamos a Doutrina, resguardemos o ideal… Responderemos bem pelas mais pelas nossas intenções do que pelos nossos atos!
Que o Senhor nos fortaleça, mantenha esta casa em paz, este grupo, os companheiros unidos no trabalho e na fraternidade. Não pedimos ao Senhor a paz que não merecemos, mas rogamos à Ele a paz que nos seja possível, pela intercessão de sua infinita misericórdia!
Irmão José
Mediunidade Corpo e Alma
Carlos A. Baccelli