Você tem um amigo de verdade?
Existem muitos amigos por aí, mas os amigos verdadeiros ainda são uma raridade.
Um dia desses, enquanto alguns amigos conversavam de forma descontraída, podia-se observar que um deles, em especial, trazia no rosto um semblante calmo, e sua serenidade espalhava um hálito de paz no ambiente.
Logo mais, aquele jovem senhor deixava o recinto para atender alguns compromissos e, com a alma dorida, falava-nos de algumas dificuldades que estava enfrentando.
Qual espinho cravado no peito, a calúnia feita por um falso amigo lhe fustigava a alma.
E apesar de ter o coração dilacerado, ele conseguia exalar perfume ao seu redor, poupando os demais companheiros do seu infortúnio.
Falava-nos, com certa tristeza, mas sem rancor, que um amigo maledicente havia espalhado inverdades a seu respeito.
“Logo mais estarei com ele e sei que irá me abraçar. E mesmo sabendo o que ele diz de mim pelas costas, retribuirei o abraço sem nada dizer.” Dizia-nos aquele homem nobre.
Não negava que a atitude do amigo o incomodava, mas, em momento algum se deixou levar pelo ódio, pela mágoa ou pelo desejo de vingança.
Quem não gostaria de ter um amigo assim?
Sem dúvida, ter amigos de verdade é o que todos desejamos, mas nem sempre nos propomos a ser amigos verdadeiros.
Perdoar um amigo significa dar-lhe uma prova de amizade, pois quando cometemos algum deslize desejamos que, pelo menos os amigos, nos entendam e nos estendam a mão.
Mas, infelizmente, nem sempre agimos com os amigos da maneira que gostaríamos que eles agissem conosco.
E, no momento que ouvíamos aquele amigo de verdade mostrar tamanha compreensão para com o seu caluniador, lembramo-nos de Jesus.
Quando Judas chegou, trazendo os guardas romanos para prendê-lo, Jesus dirigiu seu olhar compassivo ao traidor e lhe perguntou: “a que vieste amigo?”.
Jesus não só perdoou o amigo infeliz, como também compreendeu a sua miséria moral.
Em outro momento, quando Pedro negou que o conhecia, pela terceira vez, e se desesperou ao perceber que Jesus o observava sereno, por entre as grades da prisão, o mestre o consola: “Pedro, os homens são mais frágeis que verdadeiramente maus.”.
Certamente um afago que Pedro jamais esqueceria…
Um amigo de verdade, diante dos maus passos dos amigos, age com compaixão, com piedade, com tolerância, com benevolência…
São amigos assim que fazem falta no mundo…
Um amigo que olhe nos olhos, sem nada pra esconder…
Um amigo que defenda o seu amigo ausente diante de comentários maldosos…
Um amigo que não tenha medo de dizer que é amigo…
Que não sinta vergonha de admitir que está com saudades…
Que ligue tarde da noite só pra saber se o amigo está bem, porque teve um sonho ruim com ele e quer se certificar de que foi apenas um sonho…
Por tudo isso, vale a pena pensar um pouco sobre esse tesouro que se chama amizade.
E é sempre bom lembrar que não se consegue construir amizades sólidas em bases falsas e mentirosas.
Se você acha bom ter um amigo de verdade, lembre-se de que não se pode só desejar amigos assim, é preciso ser um amigo verdadeiro.
***
Amigos são como flores nobres semeadas ao longo do nosso caminho, para que possamos aspirar perfume em todas as estações.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em fato ocorrido com Raul Teixeira.
(texto do Momento Espírita impresso do site: momento.com. br)