Em um antigo mosteiro budista, um jovem monge questiona o mestre:
“Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes, muitas são indiferentes.
Sinto ódio das mentirosas e sofro com as que caluniam.”
“Pois viva como as flores,” orientou o mestre.
“E como é viver como as flores?” Perguntou o discípulo.
“Repare nas flores,” falou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim.
“Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem, do adubo malcheiroso, tudo que lhes é útil e saudável… mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo inquietar-se com as próprias imperfeições, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o perturbem.
Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores.”
Numa simples orientação, sem dúvida, uma grande e nobre lição de bem-viver.
Mas, para viver como as flores, é preciso, ainda, observar outras características que elas nos oferecem como exemplo.
Importante notar que nem todas as flores têm facilidades, mas todas têm algo em comum: florescem onde foram plantadas.
Seja em terreno hostil, em meio a pedregulhos ou em jardins tecnicamente bem cuidados, as flores surgem para perfumar e embelezar a vida.
Existem as flores-heroínas, que precisam lutar com valentia por um lugar ao sol. São aquelas que surgem em minúsculas frinchas, abertas em calçadas ou muros de concreto.
Precisam encontrar, com firmeza e determinação, um espaço para brotar, crescer e florescer.
Há flores, cujas sementes ficam sob o solo escaldante do deserto por muitos anos, esperando que um dia as gotas da chuva tornem possível emergir…
E, então, surgem, por poucos dias, só para espalhar seu perfume e lançar ao solo novas sementes, que germinarão e florescerão ao seu tempo.
Em campos cobertos de neve, há flores esperando que o sol da primavera derreta o gelo para despertar de sua letargia e colorir a paisagem, em exuberância de cores e perfumes.
Ah! Como as flores sabem executar com maestria a missão que o Criador lhes confia!
Existem, ainda, flores resignadas, que se imolam na tentativa de tornar menos tristes as cerimônias fúnebres dos seres humanos… enfeitando coroas sem vida.
Viver como as flores, portanto, é muito mais do que saber retirar vida, beleza e perfume, do estrume…
É mais do que florescer em desertos áridos e em terrenos inóspitos…
É mais do que buscar um lugar ao sol, estando numa cova escura sob o concreto espesso…
É mais do que suportar a poda e responder com mais vida e mais exuberância…
…Viver como as flores, é entender e executar a missão que cabe a você, a mais bela e valorosa criatura de Deus, para quem todas as flores foram criadas…
Pense nisso!
As flores são uma das mais belas e delicadas formas de expressão do divino artista da natureza.
Parece mesmo que o Criador as projetou e as colocou no mundo para nos falar da grandeza do seu amor por nós, e também como lições silenciosas a nos mostrar como florescer e frutificar, apesar de todos os obstáculos da caminhada…
Pense nisso, e imite as flores!
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada.