Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente e atual conselheiro da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro
Este é o sentido da verdadeira caridade pregada e exemplificada por Jesus em sua curta existência terrena de 33 anos. Os antigos sacerdotes, contudo, preferiam dizer que fora da religião não há salvação” frase que muito tempo depois o espiritismo retificou para fora da caridade é que não há salvação. E com a palavra salvação entendemos nossa merecida promoção a planetas mais evoluídos do que a Terra, onde por exemplo não há dores físicas ou morais tão comuns por aqui. Porque enquanto não agirmos na seara do bem, sem sair do comodismo, da preguiça, ficaremos marcando passo no mesmo lugar como meros espectadores. Muitas existências neste planeta compõem o que Herculano Pires chamou de Círculo Vicioso da Reencarnação.
O desenvolvimento do ser, ensinou o saudoso filósofo espírita, não é contínuo, mas descontínuo. Em cada existência terrena a pessoa precisa desenvolver certas potencialidades, mas a lei de inércia a retém numa posição determinada pelos limites da própria cultura em que se desenvolveu. Com a morte corpórea, explica Herculano, o ser regressa ao mundo espiritual, onde suas percepções se ampliam permitindo-lhe compreender que a perfectibilidade humana não tem limites. Voltando então a uma nova reencarnação, pode recomeçar com mais eficiência o desenvolvimento de sua perfectibilidade, ciente de que, se não receber na existência terrena os estímulos necessários, poderá sentir-se novamente preso à condição da vida anterior na Terra, estacionando numa repetição de estágio. É aí está o chamado círculo vicioso da reencarnação.
Aos que duvidam desse pensamento, sugerimos que examinem a estatística seguinte. Em 82 anos de existência do instituto “Almas Irmãs”, um educandário existente no Plano Espiritual, que André Luiz descreve no seu livro Sexo e Destino, obra publicada em 1963, de cada 100 alunos desencarnados necessitados de reeducação sexual que procuraram aplicar na existência corpórea os ensinamentos ali colhidos, eis o resultado:
• 34 fracassaram, retornando à vida espiritual onerados com novas dívidas.
• 26 melhoraram ligeiramente, embora imperfeitamente.
• 22 registraram alguma melhora.
• 18, somente dezoito, venceram nos compromissos da reencarnação.
Os desafios da existência corpórea são, como se vê, algo que não se vence facilmente. Para isso é preciso esforço, dedicação, oração, vigilância e uma busca permanente da meta a ser alcançada, que é a perfeição, um objetivo não apenas possível, mas também um desafio que Jesus nos propôs ao dizer à multidão que o ouvia: “Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. Evangelho de Mateus, 5:48. (Aproveitamos neste texto algumas ideias do nosso amigo Astolfo Olegário de Oliveira , em artigo no site de O Consolador, janeiro de 2018).