Os pensamentos antecedem as palavras e estas são dirigidas por eles.
As ideias, depois de tomarem forma e volatizarem-se na câmara sensível da mente, expandem-se em ondas que, na sua estrutura vibrante, alcançam manifestações múltiplas.
Uma parte viaja para o macrocosmo; outra, sintetiza-se em microondas ou estímulos, no microcosmo; e a terceira, expressa-se nesse grande fenómeno que se chama palavra, materializando-se em sons, que são ondas captáveis pelo sentido auditivo, possibilitando aos vossos semelhantes conhecerem, com mais nitidez, o que pensais ou quereis transmitir.
Na escrita, fecha-se a válvula que preside o verbo, economizando-se energia.
Mas os pensamentos fluem, igualmente, ao ouvido interno, porque quem escreve ouve a si mesmo, no silêncio da acústica mental, pois pensar é falar, em outra dimensão.
Isso se faz pela ação da vontade.
No entanto, caros companheiros, antes que possais falar a alguém, a razão cristianizada vos convoca para um asseio mental, cujo trabalho pertence a vós mesmos.
Não percais a oportunidade de reformar a vossa mente, no que concerne ao que pensais.
Se, por ventura, alguém, durante o dia, indispôs-se convosco, e ainda alimentais ódio, é bom não transmitirdes esse estado negativo ao vosso companheiro, pela fala, pela vibração, porque recebereis, em primeiro lugar, esse magnetismo em decadência.
É a mesma coisa que despejardes lixo na porta alheia.
Ao levardes a carga indesejada, sereis os primeiros a sentir o mau odor.
Antes de falardes com quem quer que seja, afrouxai os nervos, apelai para a Força Divina, que vos responderá, pela consciência.
Dirigi o bom humor a todas as direções; fazei-vos alegres e movimentai vossos lábios como se eles estivessem derramando amor sobre quem vos ouve.
E, se tendes a mente disciplinada e podeis fazer várias coisas à mesma hora, idealizai uma chuva de fluídos espirituais superiores, caindo sobre vossos interlocutores, desejando-lhes aquela paz provinda do coração.
É quase isso que nós outros, do mundo espiritual, fazemos quando estamos vos auxiliando.
E para tal, exercitamos muito, em todas as atividades da ciência oculta, que nos possam capacitar no sentido de aliviar os vossos problemas, as vossas dores, dando-vos estímulos para as lutas de cada dia.
Na exposição de vossas ideias, fazei-o com clareza, de modo a facilitar aos vossos ouvintes, não esquecendo que o verbo poderá ser o canal de algo mais que não seja o som.
Deixai acompanharem a vossa fala os pensamentos de otimismo, de alegria e coragem.
Se persistirdes nesse esforço, todas as vezes que moverdes os vossos lábios, em comunicação com vossos semelhantes, com o passar dos dias e anos alcançareis um certo domínio sobre as forças invisíveis, que passam a ser as vossas cooperadoras mais eficazes, correspondendo aos vossos anseios, na grande lavoura da mente.
Antes de falar a alguém, examinai o que ides dizer, para que o verbo não seja motivo de escândalo.
E se sois os que ouvem, a vigilândia carece de ser maior, para não vos irritardes, se por acaso fordes ofendidos.
A irritação é secreção do ódio, da vingança, da inveja, da cobiça e da maledicência.
– 76 – Não percais a paciência, pois a serenidade é companheira coerente com o amor.
Antes de falar e de ouvir, consultai o Cristo, aquele que está dentro da vossa consciência, a falar-vos pelo canal do coração.
E podereis, pela palavra, levantar caídos, vestir almas nuas de esperanças e curar todos os tipos de enfermos, do corpo e do espírito.
E aí, o que quereis mais? Eu sei o que quereis: quereis abraçar a felicidade e ficar com ela! Pois ficai.
Que Deus vos abençoe!